Vieses comportamentais nos investimentos
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FOTO: Arquivo Sisprime do Brasil* Cleomir Kuhnen
Diariamente, tomamos diversas decisões, que vão das mais simples as mais complexas. Para lidar com essas escolhas, criamos atalhos mentais, chamados heurísticos, que simplificam o processo e permitem escolhas rápidas com base em experiências e informações disponíveis. No entanto, essas heurísticas podem nos levar a vieses comportamentais, induzindo-nos a decisões precipitadas.
Vieses são influências psicológicas que afetam nossas escolhas e decisões. Muitas vezes, levam a erros causados por análises impulsivas ou pelo nosso estado emocional. Nas decisões de investimento, essas visões distorcem nossa percepção de riscos e retornos, dificultam a tomada de decisões racionais e aumentam a probabilidade de perdas.
O excesso de informações nas redes sociais e a influência de “gurus” financeiros nos expõem ainda mais a vieses comportamentais, levando-nos a correr riscos desnecessários.
A seguir, destaco os vieses mais comuns nas finanças:
Viés da confirmação: tendência de buscar informações que confirmem nossas convicções, ignorando evidências contrárias.
Exemplo: Um investidor ignora qualquer informação que contradiga suas opiniões e busca apenas notícias positivas que confirmem sua decisão de investimento.
Ancoragem: ocorre quando nos apegamos a uma informação inicial como ponto de referência e a ancoramos para futuras análises.
Exemplo: Um investidor compra uma ação por R$ 30,00, acreditando que seu valor de mercado seja R$ 60,00 e se ancora nesse preço. Mesmo com novos dados evidenciando que R$ 60,00 é irrealista no momento, ele se recusa a vender por um valor menor, perdendo oportunidades de minimizar perdas por se fixar na informação inicial.
Aversão à perda: é quando valorizamos mais às perdas do que aos ganhos, tomando decisões que podem elevar o risco de perdas futuras, para não assumir um prejuízo. Isso ocorre porque não gostamos de assumir que tomamos decisões erradas.
Exemplo: Um investidor compra ações por R$ 50,00. Quando o preço cai para R$ 30,00, ele se recusa a vender, ignorando sinais de novas quedas, para não “assumir” a perda.
Efeito manada: tendência de seguir o comportamento da maioria, sem questionar se a decisão é correta.
Exemplo: Um investidor compra um ativo sem qualquer análise, só porque outros estão comprando, o que pode formar uma bolha especulativa.
Falácia dos custos irrecuperáveis: É quando insistimos em uma decisão que claramente não alcançou o resultado esperado, com a ideia de não perder o tempo ou o dinheiro já investido.
Exemplo: Um investidor mantém ações de uma empresa em queda, esperando recuperar o dinheiro investido, em vez de aceitar a perda e buscar melhores oportunidades.
Viés do status quo: caracterizar-se pela ausência de ação, preferindo manter as coisas como estão, mesmo que mudanças possam trazer benefícios.
Exemplo: Um investidor opta por manter seu dinheiro em um investimento de baixa rentabilidade, mesmo existindo opções mais lucrativas, simplesmente por medo do desconhecido ou pela resistência a mudança.
Excesso de confiança: tendência de superestimar o próprio conhecimento, tomando decisões arriscadas e ignorando fatos, mesmo sabendo que é impossível estar sempre certo.
Exemplo: Se um investimento tem ótimo resultado, o investidor atribui o sucesso exclusivamente às suas habilidades, ignorando os diversos fatores externos que desenvolvem para a valorização.
Para evitar decisões equivocadas causadas por vieses comportamentais, é fundamental reconhecê-los, atualizar o conhecimento sobre investimentos e adotar uma postura crítica em todas as escolhas. Buscar orientação profissional também pode ser eficaz para tomar decisões mais conscientes e assertivas. (Assessoria de Imprensa Sisprime do Brasil)
*Cleomir Kuhnen é profissional da Sisprime do Brasil, com certificação CFP®