Vice-Governador eleito reúne-se com diretoria da Ocepar
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Agradecimento- Além de agradecer em seu nome e do próprio governador eleito (Requião), o apoio recebido de todos os paranaenses, Pessuti confirmou o convite para assumir a secretaria da Agricultura a partir de 1º de janeiro de 2003. Segundo Pessuti, eles tem pela frente um grande desafio: realizar um grande trabalho em favor do Paraná. Com relação às 13 propostas apresentadas pela diretoria da Ocepar, Pessuti avaliou como altamente positiva. "São propostas boas para o Paraná e que vem de encontro ao nosso sentimento de trabalhar em parceria como sempre fizemos, cooperativas e o Estado. Não imagino o poder público estadual desenvolver suas ações sem a participação das cooperativas paranaense. Temos hoje um sistema cooperativista muito bem fundamentado, estruturado, com certeza poderemos realizar muita coisa em conjunto, para que cada um possa potencializar suas qualidades e assim beneficiar tanto os produtores como o homem e a mulher que vive na cidade, gerando emprego e distribuindo renda", afirmou Pessuti.
Propostas - Confira a seguir a íntegra do documento que foi entregue ao vice-governador eleito, Orlando Pessuti, pela presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski:
PROPOSTAS DO COOPERATIVISMO PARANAENSE
- AÇÕES NO ÂMBITO ESTADUAL -
1. Política de Intercooperação Institucional
Entendemos ser fundamental a adoção pelo Estado de um Plano Diretor Estratégico de Desenvolvimento Sustentado, contemplando o agronegócio, com base no Zoneamento Econômico Ecológico. Com esse Plano Diretor, passariam a ser traçadas as principais diretrizes e políticas contemplando os eixos das cadeias produtivas do agronegócio, nos setores florestal, agrícola e pecuário.
É importante que se estabeleça uma agenda positiva permanente de inter-cooperação, participação e solidariedade local e regional (estimulada por incentivos públicos Municipais e estaduais por ex. royalties ecológicos para recomposição das matas ciliares quando da criação dos Planos de Bacias Hidrográficas, com base na exploração da hidroeletricidade e uso humano e industrial).
É fundamental que nesse processo haja uma inter-relação entre as Secretarias da Agricultura e do Meio Ambiente, pois as soluções precisam ser encaminhadas conjuntamente.
2. Política de Transportes:
Pedágio - Alteração dos critérios de cobrança do pedágio, estabelecendo uma correlação entre o valor da mercadoria com o valor do pedágio, bem como, não se criar novas rodovias pedagiadas, sem se criar primeiro rodovias de uso alternativo aos usuários.
Rodovias estaduais e vicinais - necessitam de um tratamento especial de recuperação de toda a malha viária. Gestões junto ao Ministério dos Transportes a liberação de recursos para construção da Estrada Boiadeira. Construção de novas rodovias e melhoria das existentes.
Transporte Ferroviário - Revisão dos contratos de concessão de ferrovias para transformá-las em instrumentos de desenvolvimento econômico efetivo do Paraná, bem como, iniciativas para viabilização da construção de novos trechos : Curitiba-Paranaguá, Guarapuava- Ipiranga e novos ramais : Cascavel-Guaíra e Jussara-Campo Mourão.
Plano Diretor de Transportes Multimodal - Realizar estudos implantar plano diretor de transportes modal, para melhorar e baratear o escoamento da produção agrícola e industrial do Paraná e manter competitividade dos produtos.
Porto de Paranaguá - Ampliação do cais em mais 820 metros acostável e afundamento do canal de acesso à baía para 43 pés, bem como apoiar a implantação do terminal para exportação de álcool e a realização de obras de infra-estrutura que dêem mais agilidade às operações portuárias.
Conselho da Autoridade Portuária - Pede-se a inclusão das cooperativas nesse Conselho, pois duas de nossas cooperativas dispõe hoje de terminais de embarque.
3. Política de Energia:
Realizar estudos de viabilidade técnica e econômica para o gasoduto de Pitanga. Apoiar os projetos de co-geração de energia; a instalação de pequenas centrais hidrelétricas e a instalação de unidades processadoras de bio-combustíveis (biodiesel e alcooldiesel), bem como fomentar seu uso comercial. Abrir espaço para uma articulação direta entre as cooperativas de infra-estrutura e a Copel.
4. Política de Meio Ambiente:
Estabelecer permanente diálogo com o setor produtivo para aperfeiçoamento dos procedimentos relativos ao meio ambiente e de medidas legais, revitalizando-se o conselho especializado existente, com a participação dos segmentos produtivos de maior expressão, com a finalidade de se criar um sistema de gestão compartilhada.
Matas Ciliares - Estruturar um programa de apoio a recuperação das matas ciliares, com a criação de forças tarefas baseadas nas frentes de trabalho a serem criadas pelo Governo.
Recursos Hídricos - Adotar um Plano Diretor de Uso Sustentado dos Recursos Hídricos, adequando seu uso, ao real potencial de exploração, contemplando os diferentes usos e usuários, resgatando-se o programa de micro-bacias como unidades de planejamento.
5. Política Agrícola:
Pesquisa Oficial - Apoiar o Instituto Agronômico do Paraná - Iapar, estabelecendo-se mecanismos de planejamento, discussão e divulgação e difusão dos resultados da pesquisa oficial, com as instituições representativas do setor do agronegócio.
Emater - Dar continuidade na reformulação da Emater, com participação ativa do Conselho de Administração na definição do programa de trabalho e no acompanhamento de suas ações.Projeto arenito - Apoiar o programa de desenvolvimento do arenito, que é uma nova fronteira em reconversão para a agropecuária do Paraná, com objetivo de dinamizar e facilitar as iniciativas de produção da região.
Profissionalização da agropecuária - Dar apoio às ações das instituições de aprendizagem (Senar/PR, Sebrae e Sescoop/PR), juntamente com a Emater e Iapar, nas ações de profissionalização da atividade agropecuária e dos cuidados com o meio ambiente.
Sanidade Agropecuária - Manter e aprimorar programas de sanidade animal e vegetal, visto que o Estado do Paraná obteve grande progresso na sanidade pecuária com o seu reconhecimento como área livre de aftosa.
6. Política Comercial:
Classificação de produtos vegetais - Rever a norma que obriga a classificação oficial da soja e seus derivados quando destinado a exportação, pois não há reconhecimento internacional desse trabalho, o que obriga os exportadores contratarem um novo serviço para embarque dos produtos.Certificação e Rastreabilidade - Apoiar a implantação da rastreabilidade de produtos agropecuários e agroindustriais no Estado do Paraná, de forma a valorizar os produtos paranaenses no mercado nacional e internacional, criado-se o conceito de "Qualidade Paraná".
Promoção comercial - Criação de órgão interinstitucional para promoção do comércio internacional e difusão do padrão Paraná de produtos.
7. Política tributária estadual:
Reformular a Lei nº 13.412, que retirou a opção do crédito para exportação de forma retroativa a 27 de março de 2001, bem como, acompanhar a Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADIN junto ao STF, impetrada pelo Estado de São Paulo.
8. Política de Desenvolvimento:
Reconversão de Atividades - Desenvolver ações visando a reconversão de atividades, pois, a produção e exportação de commodities agrícolas, já não permitem mais manter grande parcela de pequenos e médios produtores rurais viáveis economicamente no campo. As regiões que optaram pela agroindustrialização se diferenciam das demais pelas oportunidades de emprego e renda criadas pela agroindústria aos pequenos e médios produtores. A agroindustrialização se apresenta como uma oportunidade de agregar densidade e valor ao produto agrícola e de abrir novas oportunidades de mercado para a produção primária.
Vilas Rurais - Dar continuidade ao Programa de Vilas Rurais, pois este Programa se mostrou fundamental para dar qualidade de vida aos trabalhadores rurais, contribuindo inclusive, para reduzir as tensões sociais e melhorar a imagem do Paraná perante a opinião pública.
Banco da Terra e Paraná 12 meses - Fortalecer as ações dos programas Paraná 12 meses, atende principalmente os pequenos produtores. O Banco da Terra já atendeu milhares de agricultores sem terra, e tem contribuído para redução das tensões sociais no campo, tendo contribuído para reduzir o número de invasões de áreas particulares.
Agropolos - Criar regionalmente estruturas em parceria do tipo "Agropolos", criando a necessária sinergia entre a academia, governo, iniciativa privada e investidores, racionalizando o uso escasso de recursos financeiros e humanos e maximizando a oferta de soluções para os empreendedores locais e regionais.
Política de Agroindustrialização - Manter o Programa Paraná Agroindustrial, fortalecendo-o em termos estruturais, visando desenvolver política de incentivos para atração de novas indústrias de alimentos, modernização das plantas existentes para a geração de alta tecnologia, como forma de agregar valor a produção agropecuária paranaense e desenvolver as principais cadeias produtivas.
9. Política de Planejamento Estratégico:
Proceder ao levantamento e dimensionamento do potencial produtivo adotando como ferramenta básica o Planejamento Econômico Ecológico, com vistas ao zoneamento da produção agrícola, da produção florestal e do aproveitamento hidroelétrico e hidrológico, além do dimensionamento da infra-estrutura de suporte ao setor produtivo. Estabelecer um Planejamento integrado de desenvolvimento regional com base no potencial produtivo da região (agrícola e industrial) tendo as cadeias produtivas por foco e avaliando seu potencial frente ao mercado nacional e internacional, adotando-se modelos de municipalização de ações.
10. Política de Ciência e Tecnologia - Biotecnologia e Biossegurança:
Dotar as instituições públicas de recursos humanos e materiais para o desenvolvimento de pesquisas na área de biotecnologia e biossegurança.
11. Programas especiais:
Discutir com o setor a melhor alternativa para viabilizar os programas de leite, panela cheia, seguro rural, fundo de aval e hortiqualidade, dentre outros, a fim de que se estruturem programas que atendam efetivamente os objetivos pretendidos
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12. Cooperativas de crédito:
Alterar a Lei Estadual nº 13.527/02, retirando o termo "onde não houver banco público". Pedimos também a inclusão das cooperativas de crédito como agentes repassadores dos recursos do Estado.
13. Integração dos órgãos de fiscalização Estadual:
As atividades de fiscalização exercidas pelo Estado estão desencontradas. Há paralelismo de ações e conflitos em vários órgãos, por exemplo, enquanto uma secretaria incentiva o desenvolvimento de um produto a outra impede a comercialização por questões sanitárias, ou então, outra secretaria combate o contrabando sem que a secretaria da fazenda verifique a evasão de impostos. As atividades de fiscalização poderiam compor uma única pasta, criando-se a secretaria de controle e fiscalização, especializada na fiscalização das diversas áreas e atividades.