TRIGO: Luz dourada no fim do túnel

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trigo 10 09 2012Depois de muitos anos de quebras de produção ou preços baixos, é a primeira vez que produtores paranaenses conseguem obter boa produção e ao mesmo tempo um bom valor pago pela saca do cereal. Sem a incidência de geada e da estiagem, fenômenos que causaram muitos prejuízos no ciclo passado, o Estado espera colher neste ano, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), 2,1 milhões de toneladas de trigo. No ano passado, em uma área 28% superior se comparada com a atual, o Estado produziu 2,4 milhões de toneladas. E o preço da saca tem girado em torno de R$ 34, enquanto no ciclo passado não chegou a R$ 24.

Área menor - Francisco Simioni, diretor do Deral, explica que o volume de toneladas só foi menor neste ano porque a área plantada diminuiu. Nesta temporada, os produtores paranaenses destinaram pouco mais de 760 mil hectares para o trigo, contra 1,06 milhão de hectares da safra 2010/11. Porém, a produtividade estimada para o atual ciclo é de 2.780 quilos por hectare, ante 2.380 quilos registrado na safra passada. ''Com 15% da área já colhida, percebemos que a produtividade e a qualidade do trigo estão bem melhores do que na safra passada'', destaca.

Bons preços - Aliado a um crescimento de produtividade, Simioni avalia que o cenário de bons preços também contribui para essa maré positiva da triticultura. Atualmente o preço pago ao produtor paranaense tem girado em torno de R$ 34 a saca. Nessa mesma época da safra 2010/11, o valor recebido pelo agricultor não chegava a R$ 24. O motivo para valorização do cereal, explica Simioni, é devido à queda da área plantada e também aos baixos estoques internacionais do produto. Segundo ele, muitos produtores desistiram de plantar o grão neste ano por causa da supervalorização dos preços do milho. ''Mas quem plantou trigo se deu bem'', afirma Simioni.

Venda - ''Todo trigo que está saindo da lavoura está sendo vendido'', comemora o diretor do Deral. O especialista atesta que a maior demanda do grão do Paraná é do mercado interno. Ele acrescenta que os produtores não estão tendo problemas com preços e muito menos com a venda.

Comemoração - O produtor Valentin Alfredo Rosolen, de Rolândia, está comemorando pela primeira vez o bom momento vivido pelo setor. Em uma área plantada de 350 hectares, Rosolen espera obter até no final da colheita uma produção de 50 sacas por hectare. No ciclo anterior, em uma mesma área de produção, o produtor não conseguiu obter mais do que 30 sacas por hectare por causa das intempéries. ''Na safra passada, além da geada e também da estiagem, tive muitos problemas com giberela e brusone'', conta. Neste ano, o triticultor sublinha que não teve muita incidência dessas doenças, o que o ajudará a obter uma boa safra. Se o atual cenário de bons preços continuarem, Rosolen prevê que deverá continuar investindo no trigo nos próximos ciclos. ''Essa é uma das melhores safras que já obtive'', comemora.

Atípico - Para o produtor, esse cenário atípico do setor tritícola é motivo de comemoração, mas também de desconfiança. Rosolen destaca que não dá para prever o comportamento do mercado daqui em diante. Para Simioni, especialista do Deral, o setor deve seguir equilibrado. Por esse motivo, completa ele, a colheita segue em plena tranquilidade.

Manejo - Rosolen explica que para garantir bons preços é necessário produzir com qualidade. Com a escolha da variedade adequada, o produtor explica que uma semente tratada e o uso de adubos na dose certa, é o segredo do negócio. Rosolen tem observado bons resultados nesta colheita. ''Plantar trigo requer investimentos'', destaca. Nesta safra, por exemplo, a qualidade do grão que sai da lavoura do produtor está apta para atender as indústrias de panificação com o trigo tipo melhorador. (Folha Rural /Folha de Londrina)

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