TRIGO II: Setor produtivo nega encarecer o pão

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A Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) negou nesta quarta-feira (18/08) que as previsões de aumento no preço do pão devam-se a reajustes no valor do trigo pago ao produtor brasileiro. Conforme levantamento da Ocepar, as cotações do grão recuaram 5% no mercado interno entre 2003 e 2010. No mesmo período, os preços da farinha aumentaram 9% e os do pão subiram 34%.

Panificadores - Na edição desta quarta-feira, a Gazeta do Povo noticiou, com base em projeções dos panificadores, que o preço do pão deve subir 7,5% na próxima semana. A porcentagem foi calculada a partir de informações do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado do Paraná (Sipcep), que alega que 30% do preço final do pão se refere ao custo da farinha de trigo. Segundo o presidente, Vilson Felipe Borgmann, o preço da farinha para as panificadoras sofreu um reajuste de 10% há duas semanas, e existe a previsão de que ocorra um novo aumento de 10% nos próximos dias.

Reajuste - Na mesma matéria, foi informado que o preço do trigo sofreu um reajuste de 71% em julho. Este valor é uma estimativa de aumento do custo do trigo importado aos moinhos. As cotações internacionais registram alta de 42% na Bolsa de Chicago no mês passado, puxadas por notícias de quebra de safras na Europa e na Rússia. A valorização, contudo, não foi repassada aos triticultores brasileiros. No Paraná, estado que é responsável por metade da produção nacional, o preço ao produtor teve queda de 1,02% em julho, mostra levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A cotação estaria próxima dos custos.

Importação - "O trigo produzido no Brasil teve uma queda de qualidade muito grande na última safra, então os moinhos passaram a importar o cereal de mercados como os Estados Unidos e o Canadá", explica Landerlei Cascão Pereira, gerente comercial do Moinho Guth. "Hoje, a nossa mistura contém 90% de trigo importado e 10% de trigo nacional. Se aumentássemos a cota de trigo nacional na mistura, já não daria para produzir pães", afirma Pereira. (Gazeta do Povo)

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