TRIGO II: Colheita de trigo entra na reta final em Campo Mourão (PR)

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A colheita de trigo na região de Campo Mourão (PR) está na reta final. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), já foram colhidos 90% da área. A média de produtividade está sendo de 66 sacas por alqueire, porém algumas áreas têm alcançado acima de 100 sacas. A região de Campo Mourão cultivou nessa safra 90 mil hectares com o trigo e havia uma previsão inicial de colher 207 mil toneladas do produto. Porém, a falta de chuva e as ocorrências de geadas causaram queda na produção.

Comercialização paralisada - O problema enfrentado pelos produtores continua sendo a comercialização do trigo que já está paralisada há alguns dias pela saída do mercado dos fabricantes de farinha de trigo na tentativa de forçar uma baixa dos preços.  Com os moinhos fora do mercado, a negociação do trigo do Paraná, onde a colheita já atinge 60% da safra estimada, está atrasada. Segundo a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), apenas 25% da produção está comercializada.

Preços recordes - O trigo está com preços recordes e é um dos mais altos dos últimos 13 anos. O preço médio pago ao produtor no Paraná estava em R$ 34,50 a saca de 60 quilos. Em 2002, esse valor chegou a R$ 36,90, influenciado principalmente pelo dólar valorizado. Naquele ano, a moeda americana valia R$ 3,80, o dobro da cotação atual.

Produção - De acordo com levantamento da Ocepar, o Paraná deverá produzir nessa safra 1,9 milhão de toneladas de trigo. A produção nacional deve ser de 3,8 milhões. Brasil produz apenas 35% do que consome. Na safra passada, o pais teve de importar cerca de oito milhões de toneladas e com isso fica muito exposto à variação internacional dos preços. Um levantamento do Ministério da Agricultura aponta que a tonelada do trigo argentino custa o equivalente a US$ 708 em São Paulo. No interior do Paraná, o preço da tonelada está US$ 670. A valorização internacional do trigo é motivada pela queda dos estoques mundiais.

Safra passada - A colheita de 2006 foi a pior dos últimos cinco anos. Ficou 58,9% abaixo da registrada no ano anterior. Houve quem perdesse toda a produção por causa das geadas registradas em 4, 5 e 6 de setembro do ano passado. A produção estadual foi de 1,2 milhão de toneladas. Agora, mesmo com área menor e destempero climático, a expectativa é de que o estado colha 60% a mais. (Tribuna do Interior)

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