TRIGO: Expectativa de boa rentabilidade estimula plantio no PR

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O plantio de trigo em regiões importantes para o cereal no Paraná pode crescer cerca de 6 por cento em 2009, devido à expectativa de bom retorno financeiro com a cultura, apontam levantamentos de duas cooperativas com atuação relevante no Estado que é o maior produtor do grão no Brasil. O índice do aumento da semeadura, estimado tanto por técnicos da Coopavel, com sede em Cascavel (oeste), como pelos da Coamo, em Campo Mourão (centro-oeste), supera a previsão do governo estadual, que projeta 1,15 milhão de hectares de  área plantada no Paraná neste ano, estável ante 2008.

Produtividade - O crescimento do plantio, segundo o setor produtivo, deve ocorrer também pela perspectiva de que se repitam as produtividades obtidas no ano passado."O produtor teve boa resposta de qualidade e produtividade em 2008 e está acreditando nisso de novo", afirmou o diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, em entrevista à Reuters, considerando esse fator como o principal motivo da empolgação do agricultor com o trigo.

Boa safra - O Paraná produziu uma de suas melhores safras em 2008, colhendo 3,19 milhões de toneladas, segundo o Deral (Departamento de Economia Rural), que projeta para 2009 aproximadamente 3 milhões de toneladas. Considerando o aumento esperado de área de 6 por cento pela Coopavel, o plantio de trigo na região de Cascavel poderia subir para 66 mil hectares, garantindo, em condições normais de clima, uma produção superior aos 131 mil toneladas que a cooperativa recebeu em 2008, quando registrou aumento expressivo em relação às 72 mil toneladas verificadas em 2007."O segundo motivo para um maior plantio é que está sinalizando um preço de trigo acima dos 28,80 reais por saca do preço mínimo", destacou Grolli.

Cultivo - A semeadura paranaense ainda não ganhou força, com a maioria dos agricultores se dedicando ao plantio da safrinha de milho. Colhendo metade da safra nacional, o Paraná tem uma posição importante para o país tentar compensar, com a produção doméstica, os problemas verificados desde o ano passado com a oferta escassa do cereal da Argentina, o tradicional fornecedor ao Brasil, que consome aproximadamente 10 milhões de toneladas e importa boa parte.

Safrinha perde área - De acordo com Grolli, se o trigo ganha área plantada, o milho segunda safra (safrinha) está perdendo aproximadamente 5 por cento em relação ao plantio de 60,6 mil hectares semeados em 2008 na área da Coopavel. "O produtor não plantou a safrinha total porque ele está indo mais na segurança", afirmou ele, explicando que os agricultores da região não podem correr o risco de plantar em áreas mais problemáticas após as elevadas perdas na safra de verão".

Quebra de safra - Só na região da Coopavel, onde os prejuízos pela estiagem do ano passado estão entre os mais elevados do Estado, de acordo com dados apurados pela expedição técnica Rally da Safra, a quebra de safra de soja foi de 20 por cento em relação à expectativa, e no caso do milho de verão, de 30 por cento, disse Grolli. Cerca de 70 por cento do milho de verão foi colhido na área da Coopavel, enquanto a colheita da soja atingiu 40 por cento da área esta semana.

Coamo - Na área da Coamo, com sede em Campo Mourão, a queda da safrinha de milho será ainda maior em relação a 2008, de 7,3 por cento, para 405 mil hectares, enquanto a semeadura de trigo está estimada em 290,2 mil hectares, ante 273 mil hectares em 2008, alta de 6 por cento. "A queda na safrinha ocorreu pelo desestímulo do preço. O produtor buscou menos risco e deve ampliar a produção de trigo", afirmou o diretor-presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini. (Reuters/Gazeta do Povo)

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