Tendências, estratégias e posicionamento são debatidos no Fórum de Mercado do Sistema Ocepar 2024

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Na última quarta-feira (6), executivos comerciais e de mercado, dirigentes e técnicos das cooperativas paranaenses se reuniram para o encontro anual do Fórum de Mercado do Sistema Ocepar. O evento tem o objetivo de trazer informações e perspectivas atualizadas sobre o mercado, para que o posicionamento das cooperativas seja cada vez mais assertivo.

Neste ano, foram mais de 70 inscritos, representantes de quatro ramos diferentes, de 34 cooperativas e demais instituições. Como explica a coordenadora de Economia e Mercado do Sistema Ocepar, Carolina Bianca Teodoro, “em um cenário global repleto de desafios e transformações, nossa intenção com o fórum é oferecer um espaço que nos prepare para encarar as mudanças e, juntos, construir estratégias mais sólidas e eficazes para o futuro do cooperativismo paranaense”. 

Quem abriu a programação do Fórum de Mercado 2024 foi o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, que ressaltou a relevância do evento para o cooperativismo e expressou otimismo em relação à safra. “Precisamos desenvolver estratégias eficazes para enfrentar os desafios do mercado, neste, no próximo e em todos os anos”, afirma.

Na sequência, a primeira apresentação foi com o economista, jornalista, educador financeiro e palestrante Luís Artur Nogueira que trouxe uma análise do cenário econômico atual, destacando a volatilidade do mercado financeiro, com a alta do dólar e a queda do índice Bovespa, além do aumento do risco país e das taxas de juros. 

Em sua apresentação, Nogueira também abordou questões econômicas globais que impactam o Brasil, como a guerra na Ucrânia e a situação no Oriente Médio. O palestrante também destacou o papel crucial da China no crescimento global e comparou o desempenho econômico do Brasil com a média mundial, apontando que o país tem crescido menos desde 2022.

Apesar do pessimismo em relação ao atual governo Lula, ele mencionou um crescimento de 2,9% no primeiro ano de sua gestão, mas previu uma desaceleração para 2% em 2024. "As cooperativas têm oportunidades de ganhar fatias de mercado em todos os ramos", diz ele, ponderam, no entanto, que "o maior desafio é o marketing informativo".

A segunda palestra da tarde foi com o executivo e professor da Ise Business School, Vítor Vasconcelos, que falou sobre posicionamento, da estratégia à vantagem competitiva. Ele atuou por 15 anos com estratégias de marketing e comunicação, desenvolvendo marcas e produtos em múltiplos setores e contextos de mercado, resultando em um domínio geral do marketing digital, suas métricas e aspectos quantitativos, além do marketing tradicional e suas linhas estratégicas e criativas.

Na palestra, Vasconcelos trouxe como exemplos as estratégias de posicionamento de marcas como Audi e Walmart. “Quer eu dê valor para a conveniência, para a qualidade, para design, sofisticação, tecnologia, performance ou eficiência, eu tendo a dizer que uma marca tem vantagem competitiva sobre a outra, quando essa marca é melhor, naquele aspecto que valorizo, sobre a outra”, afirma. 

Segundo o especialista, as estratégias são, basicamente, um conjunto de escolhas corporativas, que podem transicionar e devem ser bem pensadas para produzir vantagem competitiva. “A partir do momento que eu produzo vantagem competitiva, preciso ser capaz de transformar isso em posicionamento. É fazer com que isso saia das portas da empresa e, aí sim, fazer com que seu comprador perceba isso ao longo do tempo”, explica. 

Para Vasconcelos, o posicionamento deve ser claro. “O cliente precisa entrar na loja, no negócio e entender, perfeitamente, o que você oferece", completa.

O Fórum de Mercado 2024 foi encerrado com a palestra “Sabedoria comercial: centralidade no associado”, ministrada por Renato Fernandes, diretor do Departamento de Direção Comercial e Membro do Núcleo de Estudos em Negociação, Conflito e Comunicação do Ise Business School.

Fernandes, que é mestre em Marketing, incentivou um “otimismo cauteloso” em relação ao futuro do cooperativismo, ressaltando que o sucesso depende das decisões dos cooperados. A discussão também incluiu a transformação digital no Brasil e a necessidade de as cooperativas adaptarem suas estratégias a um ambiente de consumo cada vez mais digitalizado, enfatizando a importância de uma comunicação clara e ousada para atrair novos associados.

"Eu acho que o cooperativismo tem uma grande batalha comercial e de marketing. Nós precisamos ter a capacidade de ter uma comunicação, diria, mais ousada e mais clara para atrair mais associados", sugere o consultor.

FOTO: Divulgação

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