TEMPO II: Estiagem acarreta perda de grãos no Paraná

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A estiagem que atinge há quase um mês algumas regiões do Paraná está deixando governo e produtores preocupados. O secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Valter Bianchini, já admite que, se a situação não melhorar em breve, haverá perdas nas lavouras, principalmente a de milho, a mais sensível à estiagem, e a de feijão. "Já se fala em colheitas menores nessas culturas. Tem produtor procurando bancos porque está preocupado com a situação", lamenta o secretário. O Paraná cultivou uma área maior nesta safra de verão 2008/09 - cerca de 5,68 milhões de hectares - com a expectativa de colher 22,6 milhões de toneladas de grãos somente nesse período. Essa previsão, porém, já não deve ser atingida. Além do milho e do feijão, a seca também começa a provocar problemas na soja.

Regiões mais críticas - De acordo com Bianchini, as regiões mais críticas são oeste e sudoeste, justamente onde é plantada a maior parte das lavouras de milho e feijão. "O déficit hídrico nessas regiões está preocupante e, se não chover, a tendência é piorar. Norte e noroeste também enfrentam esse tempo seco. De Guarapuava para baixo, a situação é menos crítica, mas inspira cuidados", informa.

Floração - O déficit hídrico nessas regiões (oeste e sudoeste) está preocupante. Norte e noroeste também enfrentam tempo seco. De Guarapuava para baixo, a situação é menos crítica, mas inspira cuidados." Valter Bianchini, secretário da Agricultura e Abastecimento. O principal problema enfrentado pelo milho é que, nessa época, a cultura está em sua fase de floração, período em que a umidade é fundamental para que a planta possa desenvolver o fruto. Sem a quantidade de água adequada há danos irreversíveis na cultura, fazendo com que o potencial produtivo fique seriamente comprometido. O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura, indica que 98,7% da área plantada com milho nesta safra, estimada em 1,27 milhão de hectares, já foi concluída. Desse total, cerca de 79% da área está em desenvolvimento vegetativo, 18% em floração e 2% em frutificação.

Queda de produção - Diante desse cenário, a safra 2007/08 de milho, que resultou na colheita de 9,72 milhões de toneladas, não se repetirá na safra 2008/09. Além dos fatores climáticos, a frustração nas expectativas de exportação já haviam contribuído para uma diminuição de 7,7% na área plantada e de 11% na produção. "A meta era colher 8,67 milhões de toneladas, contudo, há a possibilidade de esse número não ser alcançado", revela o secretário.

Produção de feijão deve cair - O feijão é outra cultura que vem sofrendo com a baixa umidade. Mais da metade da produção paranaense está na fase de crescimento vegetativo ou de floração. A falta d"água, nessas condições, é fatal para a planta. "Sem água no crescimento vegetativo, o crescimento fica bem comprometido. Na fase de floração, pode ocorrer que o fruto venha em menor quantidade. Também é verificado uma menor qualidade do produto", explica o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Valter Bianchini.

Umidade, excesso de chuvas e ventos frios  - Além da estiagem, as lavouras já vinham sofrendo por outros fatores climáticos desfavoráveis. Segundo a engenheira agrônoma do Deral Margorete Demarchi, faltou umidade ideal para o plantio e germinação em agosto e setembro, seguido de excesso de chuvas e ventos frios. De outubro até meados de novembro, as chuvas ficaram acima do normal, o que acabou atrapalhando o desenvolvimento de lavouras na região sul, onde se concentram 70% das chuvas. O quadro atual de plantio e colheita indica que 10% da produção de feijão já foi colhida, com bom resultado na qualidade dos grãos. Do restante das lavouras, 1% está em fase de germinação, 36% em desenvolvimento vegetativo, 28% em floração, 24% em frutificação e 11% em maturação. Segundo o Deral, a produtividade do feijão até agora é de 1.212 quilos por hectare, 28% abaixo do esperado. Assim, já é possível prever uma queda de 4% na produção esperada, que cai de uma estimativa inicial de 605.232 toneladas para 581.889 toneladas. (Paraná-Online)

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