AGRICULTURA: Chuva no Paraná reduz os riscos de perda em lavouras

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Embora a Secretaria da Agricultura, através do seu departamento de Economia Rural (Deral) considere como certas algumas perdas na atual safra de milho paranaense, as chuvas que voltaram a ocorrer no estado a partir da terça-feira passada serviram para reverter o quadro de pessimismo que começava a ser formar entre os produtores. Na área da Cocamar, cooperativa do Noroeste paranaense, a avaliação é a de que a estiagem de quase 30 dias, interrompida por chuvas de intensidade variável em diversas regiões, afetou principalmente as lavouras plantadas mais cedo. Mas, se continuar chovendo bem de agora em diante, a expectativa de danos poderá ser amenizada. Segundo o Simepar, nas regiões Oeste, Sudoeste e Noroeste do Paraná, onde a estiagem se prolongava havia mais de três semanas, as chuvas se distribuíram mais uniformes do que no Norte aonde voltou a chover ontem. Hoje, a previsão é a de que o tempo segue chuvoso no Norte e no Noroeste paranaense e que se mantenham as condições de novas pancadas até o início da semana que vem.

Cocamar - Segundo a Cocamar, 15% dos 230 mil hectares cultivados com soja na região da cooperativa, nesta safra 2008/09, sentiram um pouco mais os efeitos da falta de chuvas associada ao calor forte. Com a volta da umidade, acredita-se que esse índice poderá diminuir, pois o desempenho das plantas tende a ser melhor daqui para a frente. "Vamos observar a reação da lavoura", comentou o engenheiro agrônomo Aparecido Carlos Fadoni, gerente técnico da cooperativa. Os 15% que já apresentam algum grau de comprometimento estão em fase de floração e início de formação de vagens. Os restantes 85%, em período de desenvolvimento vegetativo. No Sudoeste do Paraná, região onde o milho foi o mais prejudicado, a chuva e o vento forte destelharam casas em Guarapuava. Mas para a maioria das regiões paraenses, a chuva veio em boa hora para aliviar o calor e diminuir as perdas nas plantações de milho e soja que começavam a murchar. Para a semana que vem, segundo o Simepar, há previsão de algumas pancadas de chuva até o começo da semana que vem, mas elas serão irregulares e com pouco volume.

Safrinha não deve recuar - As vendas de sementes para o plantio da safra de verão do milho devem ficar de 5% a 6% inferiores à de 2007. Segundo levantamento da Associação Paulista dos Produtores de Sementes (Apps), o volume comercializado até novembro deste ano foi de 5,74 milhões de sacas, número 4% menor que o mesmo período anterior. Cássio Cruz Camargo, secretário-executivo da Apps, afirma que os problemas com crédito no Mato Grosso vão provocar a redução da área plantada. Além disso, cita os problemas com a estiagem no Paraná como fatores que também favorecem a queda na produção do milho.

Contramão - "Estamos caminhando na contramão do mercado, que prevê preços baixos na safrinha". Ele acrescenta que Argentina e Estados Unidos terão queda na produção por causa de problemas com o clima, abrindo oportunidades de exportação no Brasil e aliviando a pressão da oferta no mercado interno. "Se essa previsão se confirmar, os estoques de passagem devem recuar e o plantio da safrinha será igual ao ano passado", prevê. No ano passado, foram vendidos 5,6 milhões de toneladas de sementes na safrinha do milho. Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado, afirma que a seca no Paraná ainda é uma hipótese. "As chuvas na região Sul eliminaram o problema com a estiagem¨". Ele diz ainda que a safrinha está sob análise dos produtores e acredita que a boa oferta de fertilizantes pode estimular o plantio. "O produtor não consegue viver só plantando soja. Mas não vejo preços melhores no próximo ano. Precisa acontecer muita coisa no mundo para o cenário mudar e melhorar as cotações no segundo semestre". Ele aposta em uma redução de 10% a 20% na área da safrinha. "Se perder de 1 a 2 milhões de toneladas será bom". A última safrinha teve 5,1 milhões de hectares plantados. (Gazeta Mercantil)

Conteúdos Relacionados