SOJA E MILHO: Stefanello apresenta palestra na Copagril

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No Dia de Campo da Copagril, realizado esta semana, o professor e ex-secretário da Agricultura Eugênio Stefanello abordou os mercados mundiais da soja e do milho, fazendo avaliações de safra e dos preços. O professor começou com uma apresentação do cenário mundial. Ele disse que a economia mundial deve crescer cerca de 5%, o que nunca ocorreu no pós-guerra. Além disso, o comércio mundial deve crescer entre 8% a 10% ao ano. “Isso gera um cenário positivo para as exportações do Brasil, incluindo o agronegócio”, afirmou. No caso do Brasil, a economia deve crescer mais em 2007, passando de 2,8% para cerca de 3,5% ao ano, apesar da política fiscal deficitária. O cenário é de favorecimento ao consumo interno, acrescentou ele.

Milho - Para o produtor, no caso do milho, Stefanello explicou que há uma estrutura de mercado favorável, com condições boas de oferta e demanda.  A produção mundial, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, é de 687 milhões de toneladas (2006/2007) e o consumo de 726 milhões de toneladas, gerando um estoque de 86 milhões de toneladas. E o preço deve subir de 2,2 dólares o bushel para 3,5 ou quatro dólares. Ou seja, o preço ao produtor deve ficar mais elevado. Stefanello lembrou ainda que o consumo mundial aumentou em função do uso do milho para etanol. A recomendação do professor ao agricultor é, portanto, que ele use a estratégia de tentar aproveitar os picos de preços e comercializar o volume que pague seus custos. O que sobra ele pode vender paulatinamente ao longo do ano, garantindo assim um bom preço médio.

Soja – No caso da soja, a estratégia do produtor deve ser diferente, pois a situação do mercado para o grão é bem distinta. “O atual patamar de preços é devido à elevação do preço do milho e do trigo, é muito especulativo e não baseado em fundamentos de oferta e demanda”, destacou. De acordo com Stefanello, o produtor deveria então fixar antecipadamente um volume de soja que pague seus custos e as dívidas. Com o que sobrar pode especular apostando em uma eventual redução da safra americana, pois a soja pode perder espaço para as áreas de milho naquele país.

Amortizar dívidas – De maneira geral, Stefanello recomenda aos produtores que, ao invés de pensarem em expansão, devem se concentrar em saldar suas dívidas, pois o endividamento foi brutal nos últimos anos. “O produtor precisa aprender a compor caixa e trabalhar com caixa e ter assim menor dependência de crédito”, aconselhou. O professor está otimista. “Aquele ciclo ruim de 2005/2006 ficou para trás. O câmbio continua baixo, mas os preços internacionais melhoraram”, observou.

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