SOEA: Práticas assertivas do agro são destaque em seminário

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soea 16 08 2023O protagonismo do movimento cooperativista no Ramo Agropecuário foi apresentado na 78ª edição da Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), que aconteceu entre os dias 8 e 11 de agosto, em Gramado (RS). O evento teve por objetivo apontar oportunidades e demonstrar soluções tecnológicas aos profissionais e representantes de entidades ligadas ao segmento. O coordenador do Ramo Agro do Sistema OCB, João Prieto, foi convidado a expor no painel Cooperativas como ferramentas para o desenvolvimento de pequenos produtores rurais.

Potencialidades - Na ocasião foram apresentadas as potencialidades que os produtores rurais inseridos no cooperativismo podem alcançar em detrimento aos agricultores não cooperados. Para se ter uma ideia, dos 1 milhão de cooperados distribuídos em 1.185 cooperativas, que geram mais de 249 postos de trabalho, 71,2% dos agricultores têm perfil da agricultura familiar. Em assistência técnica e extensão rural, 63,8% deles são atendidos, enquanto no contexto nacional somente 20,2% dos produtores são atendidos. Além disso os associados e suas cooperativas são responsáveis por 75% da produção de trigo, 55% de café, 53% de milho, 52% da soja, 50% dos suínos, 48% do algodão, 46% do leite e 43% do feijão.

Ciclo virtuoso - “Esses números ressaltam o ciclo virtuoso do cooperativismo que, por sua capilaridade, consegue levar conhecimento para os produtores mais próximos e mais afastados dos grandes centros. A prosperidade gerada está alinhada aos ganhos econômico, social e ambiental. A assistência técnica é uma potencializadora do pequeno produtor, pois se empenha em oferecer as melhores soluções em diferentes regiões com atendimento personalizado, racionalizado, com adoção de práticas sustentáveis, alocação de recursos eficientes, incentivo à pesquisa e foco em fazer mais com menos. São cerca de dez mil técnicos auxiliando nossas cooperativas e associados. A evolução tecnológica, dentro do cooperativismo, também traz aspectos éticos e sociais da transição energética”, considerou Prieto.

Atuação - Ainda segundo ele, o cooperativismo atua em todos os elos da cadeia produtiva, desde o acesso a insumos como mudas, fertilizantes, defensivos e rações, até a comercialização com acesso a mercados de redução de assimetrias. A atuação se dá ainda no processo de armazenagem e agroindustrialização, com agregação de valor e maior controle de qualidade dos produtos. “Atuamos em diversos segmentos e representamos 65% do total de insumos e bens de fornecimento, 58% de produtos não industrializados de origem vegetal e 34% de produtos não industrializados de origem animal. Os resultados financeiros também ressaltam os olhos e, em 2022, o ramo contava com ativo total de R$ 266.5 bilhões, um capital social de R$ 22 bilhões, e um total de sobras, distribuídas entre todos os cooperados, de R$ 22,5 bilhões”, pontuou o coordenador.

Inovações - No âmbito do cooperativismo, Prieto lembrou que já é comum a disseminação das inovações por meio da capilaridade, que tem dado aos produtores acesso à maquinários modernos, utilização da internet das coisas, de drones e sensores e da utilização da ciência de dados para uma agricultura de precisão e uso racional de insumos para uma produtividade sustentável e ambientalmente correta. “As cooperativas são meios de difusão de inovação de tecnologias e conhecimentos, são a porta de entrada e filtro para reverberar as boas práticas para otimizar e aumentar a produtividade”, classificou.

Pleitos - Para concluir sua participação, ele apresentou alguns pleitos do Ramo Agro presentes na Agenda Institucional do Cooperativismo. Dentre eles foram citados a otimização de linhas do crédito rural, incentivos à agricultura familiar por meio de programas do governo, como compras públicas; a defesa agropecuária com a classificação de produtos vegetais e defensivos; avanços nas aplicações dos critérios previstos no Código Florestal; incentivo ao chamado Agro 4.0 e a Conectividade Rural; além de temas como tributação agropecuária, comércio exterior, garantia de renda ao produtor e regularidade de abastecimento.

Painel - Prieto dividiu o painel com a deputada e coordenadora de Tecnologia e Inovação no Campo da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), Marussa Boldrin; do coordenador da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Francisco Rodrigo Martins; e do vice-presidente da CNA, José Mário Schreiner. O evento realizado desde 1940 é referência na área tecnológica. Promovido pelo Sistema Confea/Crea, vem reunindo ao longo dos anos milhares de participantes que debatem e propõem soluções a temas ligados ao desenvolvimento do agro e à infraestrutura brasileira para o segmento. (Sistema OCB)

 

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