Setor de máquinas faturou mais que commodities e a inflação

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A elevação no preço das máquinas agrícolas ocorrida nos últimos anos, tornou a relação de troca entre produtos e equipamentos desfavorável ao produtor rural. Isto quer que, para comprar a mesma máquina, é necessário um volume maior de cana, café, milho ou soja. É o que mostra levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA), vinculado à Secretaria da Agricultura de São Paulo.

Análise - Celso Luis Rodrigues Vegro, engenheiro agrônomo do IEA e autor do levantamento, aponta que a alto é decorrente da alta dos preços dos equipamentos a alta nos preços de insumos estratégicos como aço e metais não-ferrosos, tanto em função da maior demanda mundial como da doméstica. Mas, para ele, isso não explica o elevado patamar de aumento observado. Os números levantados pelo IEA mostram que, entre dezembro de 2003 e junho deste ano, o preço de uma colheitadeira de grãos modelo MF 3640 aumentou 60%. Nos doze meses encerrados em julho último, o IGP-DI da FGV foi de 11,6% e o IPA-DI da FGV, de 13,95%. Em dezembro de 2003, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o preço do equipamento já tinha experimentado alta de 81%, em relação a uma inflação anual de 7,5% (IGP-DI). Assim, se em dezembro de 2000, um produtor de milho precisava de quase 11 sacas de 60 quilos do grão para comprar uma colheitadeira, em junho de 2004 o número de sacas passou a 18,28. Em reais, comparados os preços cobrados em junho de 2004 e em setembro de 2000, o salto foi de 150%.

Relação desigual - No caso do feijão, o número de sacas passou de 42,15 para 73,48; em moeda, a alta foi de 119%. No do algodão, se o agricultor despendia 9,6 sacas de 15 quilos do produto para adquirir um equipamento em dezembro de 2000, em junho de 2004 precisou de 18,86 sacas. Em reais, comparados os preços cobrados em junho de 2004 e setembro de 2000, a despesa aumentou 76,6%, segundo o IEA. Já o sojicultor precisava de 18,83 sacas de 60 quilos em dezembro de 2000 e 40,95 em junho de 2004 - alta, em reais, de 39%. No segmento de tratores, uma máquina de porte médio, com motor entre 60 e 70 cavalos, subiu em média 121% de julho de 2000 a junho deste ano. A maior alta foi em 2003, durante contingenciamento dos recursos do Moderfrota. No ano passado, o preço médio registrou incremento 33,8%. Neste ano, o valor médio saltou 4,1%. (Fonte: Valor Econômico)

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