Seca nos estados do Sul eleva preço da soja em 25%

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A seca nas principais regiões produtoras do país, como o Rio Grande do Sul e o Paraná, está ajudando a empurrar o preço da soja para cima. A cotação do produto no mercado internacional subiu 25% nos últimos 30 dias. No Paraná, a estiagem castiga várias regiões e os prejuízos podem chegar a R$ 1,1 bilhão, segundo levantamento preliminar do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab). O analista de mercado Camilo Motter explica que a alta da soja está atrelada ao quadro de estiagem em algumas regiões produtoras de grãos. Com a estiagem, a produção brasileira de soja deve cair entre 10 e 12 milhões de toneladas, segundo estimativas de consultorias do setor. Nos dois estados mais afetados pela seca, o Rio Grande do Sul e o Paraná, as perdas da soja atingem, respectivamente, 45% e 16,3%.

Mercado externo - A alta de 25% no preço da soja, verificada na Bolsa de Mercadorias de Chicago, ainda não foi acompanhada pelo mercado interno brasileiro. Aqui, a soja atingiu a valorização máxima de 18% esta semana. Segundo Camilo, a diferença de 7% foi absorvida pelo custo do frete. Para ele, a reação do preço da soja é relativamente modesta porque há uma grande oferta da commodity nos Estados Unidos. Neste ano a safra norte-americana atingiu 85,5 milhões de toneladas. Isso representa 19 milhões de toneladas a mais em relação à safra 2003/2004. A expectativa do mercado se volta agora para a divulgação do primeiro relatório, no final deste mês, sobre a safra americana 2005/2006, que começa a ser semeada daqui a dois meses. Camilo afirmou que a cotação da soja dependerá de fators como a incidência da ferrugem asiática, já presente em alguns estados, e problemas climáticos. Caso não ocorra nenhum indicativo de problema por lá, que reduza a colheita, a tendência é que a cotação do produto volte a cair, segundo as consultorias do setor.

Desânimo - A recuperação do valor da soja não anima os produtores rurais paranaenses, que estão em plena colheita da safra de verão. Neste ano, os agricultores enfrentam uma das piores secas dos últimos anos, além do aumento do custo de produção e a diminuição do valor do dólar ante o real. Ontem, a saca de soja foi cotada a R$ 31,00 na região de Cascavel, sendo que há duas semanas era comercializada a R$ 26,50. “Apesar da reação do mercado, o ritmo de comercialização é lento para essa época do ano”, afirma Camilo. De acordo com ele, o volume de exportação de soja atingiu 4,05 milhões de toneladas nos primeiros dois meses do ano. No mesmo período do ano passado, o volume de exportação era de 10,6 milhões de toneladas. (Gazeta do Povo)

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