Safrinha de milho no PR deve ser similar à anterior
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A área da safrinha de milho deve ser praticamente igual à do ano passado no Paraná, conforme levantamento informal da Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar). "Pelas pesquisas que fizemos com as cooperativas, a área deve ser apenas um pouco menor do que a de 2003", disse o analista Flávio Turra. "Achamos que o levantamento feito com as cooperativas reflete a tendência geral do Estado." Segundo Turra, as chuvas dos últimos dez dias geraram uma recuperação razoável em parte das lavouras de milho da safrinha. "Choveu generalizadamente no Paraná durante a Páscoa, e, ao longo da semana, houve alguma cobertura em outras regiões." O analista afirma que a recomposição do estoque hídrico no Estado limita as projeções de perda de produtividade da safrinha. "Não vejo motivos para projetar uma safrinha menor do que 4 milhões de toneladas com os dados atuais", disse. "Isso só será possível se parar de chover de novo, ou se tiver geada mais para a frente." Turra avalia que a alta atual no mercado do milho é motivada pela especulação com a quebra da safrinha. Só nos primeiros 15 dias de março, o indicador de preços do milho calculado pela Fundação Getúlio Vargas subiu 10,43%. O indicador, que reflete os preços do cereal em São Paulo, fechou o dia 15 em R$ 22,12 por saca de 60 quilos.
Sem excesso -
Turra acredita que, mesmo que essa quebra não se concretize, a expectativa
é a de que não haja excesso de oferta de milho no segundo semestre.
"Projeta-se que o milho no Paraná fique acima da paridade de exportação
e abaixo da paridade de importação", afirma Turra. Atualmente,
a Ocepar estima que os produtores tenham fixado apenas 25% do milho produzido
na safra de verão. A colheita, contudo, já atinge mais de 75%
da área plantada, segundo estimativas do Departamento de Economia Rural
da Secretaria de Agricultura (Deral). A quantidade de milho retida pelos produtores
não está preocupando mais as cooperativas. Ao contrário
do que ocorreu no ano passado, quando as cooperativas foram obrigadas a deixar
parte do milho nos armazéns das grandes indústrias, este ano a
situação é mais confortável. "O volume de milho
que foi embarcado para o porto no primeiro trimestre desafogou os armazéns",
diz Turra. Além disso, ele afirma que a previsão de recebimento
de soja desta safra de verão no Paraná frustrou as expectativas.
"O Paraná deixou de colher 2 milhões de toneladas de soja
por causa dos problemas climáticos", diz o analista. "O espaço
que ia ser ocupado por esta soja pode agora ser disponibilizado para a estocagem
de milho." (Fonte: O Estado de São Paulo)