Safra 2024/25 no Brasil e no Paraná
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“São Pedro” está ajudando muito para voltarmos a ter uma supersafra. Em 14 de janeiro de 2025, a Conab divulgou o quatro Levantamento de Acompanhamento de Safra 2024/25 com estimativa de produção de grãos de 322,2 milhões de toneladas (8% maior que na safra anterior, que foi de 297,7 milhões de toneladas), 1% menor que os números divulgados no 1º Levantamento em outubro de 2024 (Figura 1). Nesta mesma direção, a estimativa do IBGE está muito próxima da Conab, com valores de produção de 322,6 milhões toneladas.
Figura 1. Safra Brasileira de Grãos (Milhões de Toneladas)
Fonte: Conab, 2025.
Elaborado por: Getec/Ocepar.
Esse cenário otimista é atribuído ao aumento de 1,8% na área cultivada em comparação à safra passada e, principalmente, às condições climáticas favoráveis observadas entre setembro de 2024 e janeiro de 2025. Esses fatores, aliados ao elevado nível tecnológico e à excelência na gestão dos produtores rurais brasileiros, sustentam as projeções positivas. Apesar de um atraso inicial de cerca de 20 dias no plantio, devido à falta de chuvas e baixa umidade do solo em setembro, o clima evoluiu favoravelmente, com chuvas regulares e temperaturas dentro da normalidade ao longo do período.
Figura 2. Produção de Soja, Milho e Trigo no Paraná (Milhões de Toneladas)
No Paraná não é diferente, as estimativas mais recentes para a safra de verão 2024/25 divulgadas pelo Deral superam 25 milhões de toneladas (19% a mais que na safra passada) e considerando a estimativa para safra total 2024/25 pode superar 41 milhões de toneladas. Isso representa 11% da safra brasileira de grãos e coloca o Paraná na segunda colocação no ranking nacional ficando atrás somente do Mato Grosso. O destaque é para as culturas de Soja e Milho segunda safra, com expectativa de aumentos de 20% e 24% em relação à safra 2023/24, respectivamente (Figura 2).
Embora as condições climáticas tenham sido, em geral, favoráveis, o período entre o final de dezembro de 2024 e o início de janeiro de 2025 foi marcado por um intervalo de ausência de chuvas e temperaturas elevadas. Isso levou as plantas a alocarem energia para resistir às adversidades justamente em uma fase crítica de desenvolvimento, durante a formação dos grãos. Como resultado, houve uma redução pontual no potencial produtivo da soja em algumas regiões e propriedades. Contudo, esse impacto não foi suficiente para alterar significativamente a estimativa de produção do estado. Atualmente, segundo o levantamento do Deral, as condições das lavouras de milho primeira safra e soja apresentam com 94% e 83% em condições boas, respectivamente.
Após uma safra bastante desafiadora em 2023/24, os produtores e o setor como um todo estão retomando o otimismo, motivados a contribuir significativamente para o crescimento das exportações, o abastecimento interno e a geração de renda setorial. Isso ocorre mesmo diante dos preços internacionais em patamares baixos, resultado do equilíbrio entre oferta e demanda das commodities no mercado global.
No Brasil, a desvalorização cambial tem contribuído para que os preços se mantenham em níveis razoáveis para os produtores. Atualmente, a soja está cotada em torno de R$ 120 por saca de 60 kg, enquanto o milho gira em torno de R$ 65 por saca de 60 kg. Contudo, com o avanço da colheita, a tendência é de queda nos preços. Além disso, é importante monitorar a cotação do real frente ao dólar, pois, caso a moeda brasileira volte a operar abaixo de R$ 6,00/US$ 1,00, isso também poderá impactar negativamente os preços.
* Profissionais do Sistema Ocepar:
Robson Mafioletti
Salatiel Turra
Leonardo Silvestri Szymczak
Daniely Andressa da Silva