Rodrigues preocupado com os prejuízos na balança comercial

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O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse na terça-feira (23), em Fortaleza, que o governo federal está discutindo com o governo do Paraná uma solução para a greve no Porto de Paranaguá. ''Essa situação de fato está criando uma dificuldade nas exportações. Estamos conversando com o governo do Paraná para buscar a melhor saída'', informou. De acordo com o ministro, o papel dele nas negociações será ''conversar, conversar e conversar'' em busca de uma conciliação, de solução adequada.

China - Rodrigues esteve ontem de manhã na capital cearense participando da abertura do 3º Irriga Ceará. Ele teve de antecipar sua volta por conta da greve no porto paranaense. Ele disse apostar na China como um parceiro para aliviar a falta de recursos no setor de agrícola brasileiro. ''A China é o nosso maior comprador de soja e quer investir em ferrovias no Brasil. Eu tenho proposto ao governo brasileiro e ao chinês que criemos um grupo de trabalho que pense até mesmo na hipótese de construirmos um porto no Pacífico para agilizar o processo de escoamento de safra e reduzir os custos'', informou Rodrigues.

Protocolo - Ainda segundo o ministro, a idéia é assinar, se possível no mês de maio, um protocolo de intenções na direção de um grande acordo Brasil-China na área agrícola. A falta de recursos, na avaliação dele, é um problema do Estado brasileiro. ''Sabemos que os recursos que há no orçamento da União não são suficientes para atender a todas as demandas da área rural e de infra-estrutura logística. Portanto, a PPP (Parceria Público-Privada), que está prestes ser regulamentado pelo Congresso Nacional, é o grande horizonte de investimento na área de infra-estrutura'', disse.

Perdas - Rodrigues admitiu ''uma perda significativa'' da produção em potencial de grãos neste ano. Ele informou que até o dia 15 de abril será concluído o levantamento nacional de perdas provocadas pelo excesso de chuva na região Nordeste, pela seca no Sul e pela ferrugem que atacou a produção de soja no Centro-Oeste. Sobre um eventual aporte financeiro por parte do governo federal para amenizar os prejuízos no setor, ele disse que é melhor esperar a conclusão do estudo. ''Vamos ver também essa questão econômica. Porque às vezes a produção é pequena, mas o mercado reage com um preço que possa, eventualmente, compensar as perdas físicas. É preciso olhar todo esse cenário de produção, de mercado, de preço para ver o que o governo pode e deve fazer'', ponderou.

Estradas - Ele também informou que o péssimo estado das estradas brasileiras é um entrave para o setor. ''A questão da infra-estrutura física é objeto de preocupação do governo. A chuvarada não permitiu que se consertasse e ainda abriu buracos novos. Estamos trabalhando com um projeto mais amplo com relação a esse assunto. Apresentamos ao Ministério dos Transportes um mapa com as principais rodovias brasileiras usadas para o escoamento da safra, mostrando a tonelagem que passava por cada estrada. Isso define prioridades. E é com esse horizonte que trabalhamos hoje'', finalizou.

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