REUNIÃO: Meirelles destaca expansão do PIB de até 5% em 2010

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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, apresentou nesta segunda-feira (13/07), durante reunião ministerial realizada na Granja do Torto, em Brasília, projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2010 de até 5%. A informação foi divulgada pelo ministro das Relações Institucionais, José Múcio, que fez um resumo à imprensa da primeira parte do encontro.

Projeções - De acordo com ele, as projeções apresentadas pelo presidente do BC vão de 2,5% a 5%, com teto previsto por "um escritório americano". Múcio relatou também que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, traçou o atual cenário econômico, que tem a crise financeira internacional como pano de fundo, e, segundo Múcio, "os dados são confortáveis". O ministro das Relações Institucionais citou que o crescimento do PIB brasileiro este ano ficará acima da média mundial, que há a geração de postos de trabalho e que a indústria já voltou a contratar.

Stephanes - Na primeira parte da reunião, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, ressaltou o desempenho das exportações brasileiras no primeiro semestre, com destaque para os países da Ásia, que passaram a ser grandes compradores dos produtos brasileiros. "Os números do primeiro semestre estão melhores do que os de 2008", constatou Múcio com base na explanação de Stephanes.

Receita Federal - Com relação a notícias de que a secretária da Receita Federal, Lina Vieira, teria sido demitida pelo ministro Guido Mantega, Múcio não confirmou a informação e disse que esse é um assunto do Ministério da Fazenda e, portanto, não foi tratado na reunião ministerial

Ação anticíclica - Mantega fez uma apresentação em que ressaltou que o governo tem feito uma política anticíclica de combate à crise internacional com responsabilidade fiscal. No documento da apresentação na reunião divulgado pelo ministério, Mantega destaca que a dívida pública está controlada.

Política fiscal - Na apresentação, Mantega classificou a política fiscal adotada de "ativa" e destacou a expansão dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e dos programas sociais. O ministro também de ressaltou o programa habitacional "Minha Casa Minha Vida" e as desonerações tributárias para estimular o crescimento econômico. Mantega afirmou que houve aumento nas vendas de geladeiras (26%), fogões (5%), máquina de lavar (30%) e material de construção (10%). Também ressaltou a melhora da produção industrial e a redução do custo financeiro, como a queda da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 6,25% para 6% ao ano.

Crédito - Em balanço das medidas adotadas até agora para enfrentar a crise Mantega afirmou que o crédito foi restabelecido em parte, mas juros e spread ainda estão altos. O mercado interno, segundo ele mantém a demanda com a recuperação do nível de emprego na maioria dos setores. Para o ministro, também tem havido recomposição da confiança. Ele avaliou, na reunião, que o ciclo de ajuste de estoques da indústria completou-se e previu que o setor deve voltar a crescer no segundo semestre. Para Mantega, as medidas adotadas no Brasil foram mais eficientes do que na maioria dos países. Ele previu crescimento do PIB do Brasil de 4 5% em 2010 e de 5% em 2011.

Oportunidade - O ministro ressaltou na reunião que o País deve aproveitar a crise como oportunidade: "sair na frente, ocupar mercados e comprar empresas no exterior". Durante a apresentação, o ministro avaliou que os bancos públicos sustentaram o crescimento do crédito após a crise. Segundo ele, desde o agravamento da crise em setembro de 2008, as operações de crédito dos bancos públicos cresceram 19,5%, enquanto as operações dos bancos privados tiveram aumento de apenas 2,5%. A participação dos bancos públicos no total do crédito livre, nos dados apresentados por Mantega, atingiu 37,7%, crescimento de 3 5 pontos porcentuais desde setembro.

Reservas internacionais - Ele também destacou que as reservas internacionais mantêm-se elevadas, em US$ 208,8 bilhões (posição do dia 3 de julho). Segundo ele, também houve redução dos depósitos compulsórios dos bancos em R$ 100 bilhões, queda dos juros básicos e repasse de R$ 100 bilhões do Tesouro ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para ele, a crise colocou à prova a economia do País, que passou pelo teste de estresse. Ele afirma que crise "amainou mais não acabou". Na sua avaliação tem havido maior confiança nos EUA, mas mercados continuam fracos e o desemprego oscila. (Agência Estado)

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