REFLEXOS DA CRISE: Produtor empregou menos insumos agrícolas em 2006

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Perda de mercados externos, desajustes cambiais, estiagens, quedas nos preços das commodities e encarecimento dos insumos. Um festival de problemas marcou o ano de 2006 para o setor agropecuário brasileiro, na visão do presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Neivor Canton. Ocorreu, novamente, atraso na aplicação de recursos do crédito rural em relação aos anos anteriores. Na safra anterior, dos R$ 44,3 bilhões programados para o financiamento do plantio, foram aplicados R$ 9,9 bilhões até setembro, o que representa 23% do programado. Em 2006, da programação de R$ 50 bilhões, aplicou-se no mesmo período 18%, representando queda de 8% em relação ao ano anterior.
O volume de fertilizantes empregados nas lavouras em 2006 atingiu os mesmos patamares de 2005, ou seja, 16,3 milhões de toneladas. A produção de calcário, em 2006, registrou queda de 14%: desceu de 17,0 milhões de toneladas em 2005 para 14,6 milhões de toneladas em 2006. 

Defensivos - O mercado de defensivos foi o que mais sentiu a retração da agricultura brasileira. Além de absorver o maior percentual da dívida privada do setor, estimada em R$ 3,50 bilhões, encerrou o ano com redução das vendas do setor. Em 2005, o faturamento do setor chegou a R$ 10 milhões, com destaque para os segmentos herbicidas (R$ 4,1 bilhão), fungicidas (R$ 2,5 bilhões) e inseticidas (R$ 2,7 bilhões). Para 2006, o mercado de defensivos apresenta queda de 16,7% em relação a 2005, atingindo o valor de R$ 8,3 bilhões. As vendas no mercado de máquinas agrícolas seguiram ritmo semelhante a 2005. De janeiro a outubro, foram vendidas 19.735 máquinas, entre tratores de rodas e esteira, cultivadores motorizados e colheitadeiras, enquanto em 2005 foram vendidas 19.183 unidades. Quando comparados os dois anos, verifica-se aumento de 2,88% em 2006, porém o desempenho está aquém dos resultados obtidos em anos anteriores. Ao se comparar dados de 2006 com os de 2004, quando foram vendidas 32.602 unidades, de janeiro a outubro, observa-se queda de 65,20% nas vendas.

Sinais de recuperação - As previsões para 2007 ainda são inconsistentes, mas o mercado sinaliza leve recuperação, seguindo tendência observada no desempenho do setor no último trimestre de 2006. O segmento aposta na continuidade do crescimento das culturas que tiveram bom desempenho em 2006 e na recuperação do setor de grãos. O comprometimento financeiro dos produtores rurais intimida novos investimentos, mesmo que as expectativas do mercado de commodities sejam positivas. (MB Comunicação)

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