REDUÇÃO DA SAFRA DOS EUA PODE BENEFICIAR BRASIL

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Os agricultores americanos irão colher em 2002/03 a menor safra de soja dos últimos seis anos e, no caso do milho, a menor em sete anos, se confirmadas as projeções do departamento de agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgadas ontem. Relatório mensal de oferta e demanda trouxe previsão de 71,52 milhões de toneladas para a safra de soja dos EUA, 8,1% abaixo da estimativa de julho. Para o milho, a redução foi de 9,2%, para 225,71 milhões de toneladas. A grande responsável pelas perdas é a seca, que vem sendo considerada a pior desde 1954. A produtividade da soja foi revista de 2,67 toneladas por hectare para 2,45 t/ha; enquanto a do milho, de 8,52 toneladas por hectare para 7,86 t/ha. Assim, a safra de soja deve ficar abaixo das 73,5 milhões de toneladas previstas pelo mercado.

Preços melhores - A previsão da queda na safra fez os preços da soja subirem em até 8%, ontem, mas previsões de chuvas para os próximos dias contiveram a subida. Já no caso do milho, os números ficaram dentro do esperado, segundo Paulo Molinari, da Safras & Mercado. O contrato dezembro subiu 10,75 centavos, para US$ 2,7225 por bushel. Toda essa alta pode representar uma economia para os cofres americanos, pois o governo terá menor participação nos subsídios para a venda da safra de grãos. Os gastos diretos com subsídios em oito culturas - incluindo milho, soja, trigo e algodão - podem cair para US$ 12,5 bilhões por ano, abaixo dos US$ 15,2 bilhões previstos inicialmente pela Casa Branca. Com a redução da safra de grãos, os estoques de passagem nos EUA devem ser os menores dos últimos anos: 4,22 milhões de toneladas para a soja e 19,48 milhões para o milho. Os estoques mundiais de soja também cairão, para 22,9 milhões de toneladas - os mais baixos desde 1997.

Repercussão no Brasil - Para o Brasil, o USDA manteve em 43,5 milhões a projeção para safra de soja já colhida, 2001/02, enquanto que a estimativa para a safra que será plantada neste segundo semestre foi ampliada de 47 milhões de toneladas para 48 milhões. Os preços internos do grão também subiram, sustentados ainda pela desvalorização do real. O índice Esalq/BM&F aumentou 8,35% em real e 4% em dólar, para R$ 36,86 a saca. Trata-se do valor mais alto do índice, criado em 1997. Em Paranaguá os negócios não passaram de R$ 40 a saca, nível que já havia sido registrado há duas semanas. Na sexta-feira a saca era vendida por R$ 36,50. (Fonte: Jornal Valor e Ocepar).

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