RECURSOS: BNDES pretende emprestar mais dinheiro

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O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem, na solenidade em que recebeu o cargo do ex-presidente da instituição Demian Fiocca, que “o esforço maior” do banco estará concentrado em conseguir o aumento persistente da taxa nacional de poupança e investimento. No discurso, de dez páginas, ele se referiu a todos os setores econômicos como focos do BNDES. Coutinho destacou “a necessidade de manter o equilíbrio a longo prazo do balanço de pagamentos, para que possamos continuar desfrutando dos benefícios da baixa volatilidade cambial - portanto, de inflação estabilizada”. Ele também defendeu a consolidação do “processo em curso” de fortalecimento fiscal e financeiro do Estado. Ressaltou, ainda, que o BNDES dará todo apoio ao Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). Coutinho disse que recebeu orientação do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de apoiar as cadeias de calçados, vestuário, mobiliário, artigos de plástico e outros pequenos artefatos, que estão sofrendo pressões decorrentes da valorização do real. De acordo com Coutinho, são “setores intensivos em trabalho que, apesar da presença de algumas empresas líderes, têm, em geral, grande contingente de médias e pequenas empresas predominantemente concentradas em arranjos produtivos locais”. Já o ex-presidente do BNDES Demian Fiocca, já convidado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a integrar sua equipe, disse que ainda não decidiu sobre o seu futuro profissional. “Hoje, as minhas férias começam. Quero, antes de tudo, descansar para decidir. Não quero decidir já”, afirmou.

Indústria - O discurso de posse do presidente do BNDES acendeu esperanças de representantes de setores como o siderúrgico, eletroeletrônico e de comércio exterior de contarem com um aliado na instituição de fomento. Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, Coutinho estará junto na luta dos exportadores por um “câmbio neutro”. Para ele, o novo presidente do banco “busca um equilíbrio entre as exportações de commodities e manufaturados e para isso é preciso uma taxa de câmbio neutra”. A abrangência das colocações de Coutinho, que permearam todos os setores da economia, foi bem recebida também pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. “A chegada do Luciano marca um engajamento maior do banco com os objetivos da política industrial”, disse ele. “Mais que um discurso, foi uma verdadeira aula”, elogiou. (Agência Estado)

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