REALIDADE MOSTRA A VANTAGEM DO AGRONEGÓCIO NO PARANÁ
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Quem não tem memória muito curta lembra da propaganda oficial onde um automóvel ultrapassa uma colheitadeira, para mostrar que a indústria automobilística estava passando, em valores exportados, o farelo de soja. Na verdade, o setor ultrapassa apenas uma parte do complexo soja (óleo, grãos e farelo) que continua exportando muito mais que a indústria automobilística do Paraná. Por azar, o setor automobilístico do Paraná está enfrentando uma crise com mobilização dos trabalhadores contra as demissões. Tudo motivado pela drástica redução nas vendas internas e externas. E com o agronegócio, o que acontece? Continua influindo positivamente na economia, anulando, pelo menos em parte, a crise existente no setor industrial. O próprio governador, Jaime Lerner reconhece: "A industrialização da produção primária garante mais renda aos agricultores e criadores, além de gerar empregos no interior do Estado", afirma.
Os números do campo - "A fertilidade agrícola mostra que, apesar da recente e festejada industrialização do Estado, ainda é a agricultura o setor que proporciona mais alegrias aos cofres públicos. A arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do setor agropecuário cresceu 78,6% no primeiro semestre, ante o mesmo período do ano passado. No setor industrial, o aumento foi bem menor, de cerca de 12%. NO total, dados da Secretaria da Fazenda do Estado registram crescimento de 7,4% na arrecadação ICMS em termos reais, descontada a inflação media pelo IGP-DI, nos primeiros seis meses". Essa afirmação é do Jornal Valor de ontem (20), em sua reportagem "Riqueza da soja afugenta a crise do Paraná", que traz números otimistas: na última safra de verão os agricultores do Paraná faturaram R$ 6,8 bilhões, 32% superior à safra anterior.
O discurso político enaltece o campo - Os números positivos do agronegócio, cujo resultado positivo das exportações reverte à balança negativa brasileira (importação x exportação), já são utilizados pelos candidatos ao cargo de Presidente da República. José Serra, Lula, Ciro Gomes e Garotinho têm repetido seu apoio. Ainda ontem (20), o economista José Serra reconheceu que a agricultura gera muito mais emprego que o setor industrial. Com a riqueza do campo a crise do setor industrial é menor porque, se vende menos automóveis de luxo, vende mais tratores, colheitadeiras, caminhões, caminhonetes, fertilizantes e defensivos agrícolas.
Influência no preço da terra - Graças à desvalorização da moeda brasileira e perspectivas menos otimistas na safra americana, a soja valorizou, em média, 40% em um ano, refletindo no preço da terra onde é cultivada. No Oeste, onde historicamente o alqueire de terra para cultivo da soja valia entre 600 a 800 sacas de soja, o preço subiu para até mil sacas. Como a própria soja subiu de preço, estima-se uma valorização da terra em 75%. E por conta do bom momento para a soja, a Secretaria da Agricultura estima um aumente de quase 7 ¨% na área plantada de soja, enquanto a previsão da Ocepar é mais otimista: 10%. O agricultor capitalizado, num momento de dúvida em função das eleições, investe em novas máquinas e em terra.