Queda nas cotações limita plantio de milho no PR

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O anúncio de uma supersafra nos Estados Unidos, a queda nos preços internacionais e a valorização do real frente ao dólar continuam a limitar o fluxo de negócios com milho. No Paraná, maior produtor nacional, os estoques de passagem chegam a 2,9 milhões de toneladas, segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento (Seab). "Em todo o Brasil, os estoques estão em 4 milhões de toneladas, contra 2,5 milhões no mesmo período do ano passado", afirma Fernando Muraro Júnior, analista da Agência Rural.

Comercialização - A comercialização da safrinha de milho paranaense atingiu 58% da produção total, ou 2 milhões de toneladas. Da safra normal, foram vendidos 82%, o que representa 6,23 milhões de toneladas. Os preços no mercado interno continuam em baixa. Segundo Vera Zardo, agrônoma do Deral, os grandes consumidores estão abastecidos e alguns até fora do mercado. O preço médio no Paraná, que no início de novembro girava em torno de R$ 13,97 a saca, está cotado hoje a R$ 13,75. No ano passado, no mesmo período, o preço do milho era de R$ 14,39.

Projeção - Segundo os analistas, não há perspectivas de mudanças significativas no mercado nos próximos meses, o que deve ter forte impacto no volume de exportações no próximo ano. A projeção, segundo Muraro Júnior, é que esse montante, que somou 5 milhões de toneladas em 2004, fique entre 3,5 milhões e 4 milhões de toneladas em 2005. "A euforia acabou", diz. No Paraná, a estimativa de plantio da safra 2004/05 é de 1,25 milhão de hectares, uma redução de 7,4%. Em função do cenário desfavorável de preços e custos, o produtor mais uma vez trocou o milho pela soja. "Mesmo com preços da soja também em queda, o produtor opta por ela em função da maior estabilidade da cadeia produtiva e do mercado, das facilidades no momento da entrega e comercialização do produto e, principalmente, a liquidez constante", explica Vera, do Deral. Segundo ela, o produtor de milho "sentiu-se inseguro em apostar no plantio", devido ao aumento do custo de produção - estimado em 17% - e à falta de uma garantia na comercialização, como o recurso da venda antecipada.

Produção - Aproximadamente 86% das lavouras já foram semeadas no estado. A estimativa de produção para a primeira safra de milho é de 7,18 milhões de toneladas, correspondente a 6,6% inferior à anterior. Se confirmado esse volume, o estado participará com 22,2% da safra brasileira, estimada pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) em 32,2 milhões. No total, incluindo a safrinha, a produção de milho 2004/05 poderá chegar a 13 milhões de toneladas no Paraná, 30% do volume nacional, projetado para 42,9 milhões de toneladas (1,9% maior do que na safra 2003/04).(Gazeta Mercantil)

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