PROJEÇÃO: Em 2010, meta é recuperar renda agrícola e pecuária

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Consumo, clima e dólar desvaforáveis ao agronegócio provocaram um rombo de bilhões nas contas do setor em 2009, mas o cenário dos últimos dois meses sustenta previsões otimistas para 2010. As estimativas estão sendo revisadas para cima. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prevê Valor Bruto da Produção (VBP) 2,3% maior que o aferido para 2009 (R$ 160 bilhões). Números paralelos seguem essa perspectiva. A queda de 3% verificada em 2009 será seguida de alta de 4,2% no PIB agropecuário, aposta a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Renda agrícola - O VBP agrícola de 2009 deve ficar em R$ 153,3 bilhões (ante R$ 160,4 bilhões de 2008), avalia o Mapa, com forte apoio da soja, que tem a maior participação entre os grãos e deve confirmar queda de menos de 3%. Mesmo com previsão de preços baixos (em real) para o próximo ciclo, a estimativa oficial é de recuperação de 7,3% na renda da oleaginosa, o que ajudaria a elevar a renda das principais culturas a R$ 156 bilhões em 2010. São cerca de R$ 3 bilhões a mais para a produção agrícola, ante uma retração de R$ 6 bilhões no último ano. Os números de 2009 são ruins, mas melhores que se previa um ano ano atrás. A redução na renda das principais culturas agrícolas era projetada em 7% pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas ficou em 4,4%, conforme as últimas estatísticas.

 

Após seca e chuvarada, clima inspira  otimismo - As previsões de veranico para dezembro não se confirmaram e o clima, que trouxe seca e períodos de chuva excessiva na safra 2008/09, agora inspira projeções animadoras sobre a produção de grãos. A expectativa de 140 milhões de toneladas para a safra 2009/10, lançada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) pode ser inclusive superada. No Paraná, milho e soja devem render 20 milhões de toneladas, conforme avaliação da Expedição Safra RPC lançada no início do plantio.

Paraná - No Paraná, a queda no VBP agrícola chega a 19,6%, a quarta maior do país. A renda caiu de R$ 21,6 bilhões para R$ 17,4, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice (19,6%) é quatro vezes maior que o nacional (4,4%) pelo fato de o estado ter sido mais afetado pelas secas e períodos de excesso de chuva. Os números da cana aliviam o quadro. Os preços internacionais do açúcar elevaram a renda do setor sucroalcooleiro. O salto de 2009 é estimado em 21,1%, e deve ser seguido por nova elevação ano que vem, projetada em 5%. Em contraste, o milho perdeu produtividade e rendeu um terço a menos em 2009. Com redução de área, pode ter novo recuo em 2010.

Exportações - Os números das exportações esclarecem a conjuntura. A soja remetida ao exterior deve render US$ 17,8 bilhões, praticamente o mesmo valor de 2008; o complexo carne tende a alcançar US$ 11,4 bilhões, com queda de 21%. Já o complexo sucroalcooleiro embolsará US$ 9,8 bilhões, 25% a mais que no ano passado. A presidente da Con­fe­deração da Agricultura e Pe­­cuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, avalia que as fortes reservas, o sistema bancário seguro e a diversificação das relações comerciais foram decisivos para que os resultados de 2009 se tornasse menos ruins que o esperado. Considerando o PIB agrícola e pecuário, a retração prevista pela CNA é de 7% em 2009, para algo em torno de R$ 710 bilhões. A Confederação, no entanto, tem previsões otimistas. Acredita que o VBP agropecuário vai crescer 5% em 2010 - chegando a R$ 245,1 bilhões (dois terços agricultura e um terço pecuária), ante os R$ 233 bilhões de 2009. (Gazeta do Povo)

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