Produtividade das lavouras cresceu 102 % em doze anos

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Trabalho elaborado pela Gerência Técnica da Ocepar, intitulado Caracterização e evolução do agronegócio brasileiro e paranaense, onde se sobressai o crescimento da produtividade. Segundo o trabalho, o setor agropecuário brasileiro contribui historicamente com cerca de 8% na formação do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o que correspondeu, em 2001, a um valor bruto da produção de R$ 117,98 bilhões, com aumento de 15,6% em 2002, chegando a R$ 135,70 bilhões. O crescimento do valor bruto da produção projetado para 2003 é de 14,2% resultando em R$ 154,99 bilhões (a preços corrigidos pelo IGP-di - Mar/03). Segundo o conceito de agronegócio, que inclui desde o produto primário até sua industrialização e comercialização, passando pelos setores de insumos, máquinas e implementos, a geração de renda do setor eleva-se a 34,5% do PIB, somando em 2002 R$ 424,32 bilhões. A projeção para 2003 é de que o agronegócio contribua com R$ 440,56 bilhões.

Produtividade dobrou - O trabalho mostra o grande crescimento da produtividade n o setor de grãos (soja, trigo, feijão, milho safra normal e safrinha e algodão). Enquanto a área cresceu apenas 14% (7,26 para 8,27 milhões de hectares), a produção cresceu de 130% (12,04 para 27,79 milhões de toneladas), indicando um crescimento da produtivade em 102% (1,66 para 3,36 ton/ha). A figura seguinte permite visualizar claramente esse crescimento da produtividade.

Campo gera 27,4 milhões de empregos - A atividade rural ocupa 24,2% da população economicamente ativa (PEA), ou seja, 17,4 milhões de trabalhadores. O setor é hoje o maior empregador do Brasil. O desempenho da agricultura, isoladamente, pode ser avaliado pelas colheitas recordes de grãos, especialmente de soja, milho, arroz, feijão e trigo, com volumes da ordem de 98,6 milhões de toneladas na safra 2001/2002 e de 120,2 milhões de toneladas na safra 2002/03. A produção do complexo carnes é de 17,6 milhões de toneladas/ano, tendo uma participação expressiva no PIB do setor. Em 2002, foram produzidas 7,15 milhões de toneladas de carne bovina; 7,52 milhões de toneladas de carne de frango; e 2,9 milhões de toneladas de carne suína.

A agropecuária paranaense tem uma importância bem maior que a agropecuária brasileira na formação do produto interno bruto - PIB, enquanto no Brasil a agropecuária representa 8% do PIB nacional, no Estado do Paraná, essa participação é de 23,9%, ou seja, tem um valor bruto da produção agropecuária de R$ 19,05 bilhões para um PIB estadual de R$ 79,83 bilhões.

Participação nas exportações - O agronegócio tem ampliado, de maneira substancial, sua participação na pauta de exportações do País, gerando uma receita cambial US$ 23,90 bilhões em 2001, o que representa mais de 30% das vendas brasileiras ao exterior. No ano de 2001, o agronegócio registrou um superávit de US$ 19,00 bilhões na balança comercial, sendo o único setor da economia a apresentar resultado positivo num período recente, o que atesta sua competitividade e importância na geração de divisas para o País. Em 2002 as exportações do agronegócio foram US$ 24,84 bilhões, e importações de US$ 4,99 bilhões, resultando em um saldo de US$ 20,35, para o ano de 2003 é projetado um superávit do agronegócio de US$ 22,00 bilhões.

A participação do Paraná - O valor bruto da produção agropecuária paranaense evoluiu de forma significativa, com crescimento de 220% de 1994 a 2002 (R$ 5,95 bilhões para R$ 19,05 bilhões). O VBP representa o faturamento do setor agrícola, ou seja, a produção total do Estado versus o preço médio de mercado que os produtores comercializam sua produção (sendo a representação somente do setor de produção agropecuária do agronegócio, não contemplado a agregação de valor, ou agroindustrialização). O VBP do Estado do Paraná é composto por 458 itens pesquisados pela SEAB/DERAL e subdividido em categorias conforme descrito a seguir: pecuária (bovinocultura, suinocultura, avicultura, pescados, silagens e capineiras, produção pecuária comercial, adubo orgânico, eqüinos e outros animais); principais culturas (grãos de verão - algodão, amendoim, arroz, café, feijão, mamona, milho, soja, sorgo) e (grãos de inverno - aveia, canola, centeio, cevada, trigo, triticale); fibras, sementes e mudas e outras culturas; fruticultura (frutas , mudas frutíferas); floricultura (flores, mudas e plantas ornamentais) e produtos florestais (extrativismo e silvicultura).

Conclusão - O trabalho elaborado pela Ocepar, que avalia também o setor carnes, conclui que o agronegócio é extremamente importante para o Paraná, tanto na geração de renda, como na geração de empregos, e que a agricultura, além de estar bem diversificada, na composição do Valor Bruto da Produção R$ 19,05 bilhões as principais culturas (grãos) representam 45% e a pecuária representa 40%. Observa, ainda, que o Paraná vêm realizando um bom trabalho na agregação de valor à produção primária, de 334 mil toneladas para 1.355,00 mil toneladas a produção de carnes de aves cresceu 305%, colocando o Paraná como o maior produtor do País". Apesar do crescimento das culturas de exportação, houve um crescimento muito significativo na produção de alimentos básicos, como feijão, leite, trigo. No caso do leite, a produção passou de 1,16 milhões de litros para 2,56 milhões de litros, resultando em crescimento de 121%. Os ganhos de produtividade são reflexo direto de capacitação e treinamento realizado ao produtor rural pelo Senar, com a participação de 62.215 produtores, com 3.667 eventos realizados, e pelo sistema cooperativista, onde o Sescoop capacitou 59.840 profissionais das cooperativas através de 858 eventos, além da importante contribuição do sistema de pesquisa agropecuário paranaense.

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