PLANTIO: Estiagem já causa R$ 100 milhões de prejuízos

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As cooperativas do Paraná tiveram uma perda estimada em quase R$ 100 milhões com a redução da produção no trigo e no milho safrinha provocada pela estiagem que castiga o Paraná. O levantamento foi realizado pelo Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) a pedido da Folha. De acordo com dados levantados pelas cooperativas do Paraná, a redução na produção de trigo chegou a 16%. De acordo com o assessor técnico e econômico da Ocepar, Robson Mafioletti, 85% do trigo já foi plantado. Deste total, 90% está em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo e o restante em fase de floração. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura (Seab), a redução da área plantada de trigo foi de 22,1%. Na safra 2004/2005 foram plantados 1,274 mil hectares e na safra 2005/2006, 992 mil hectares.

Previsão - No ano passado, foram produzidas 2,787 milhões de toneladas de trigo. Para este ano, a previsão é de 2,300 milhões de toneladas. ''Achamos que este número vai ser menor ainda'', disse. Segundo ele, a produção já teve uma queda de 15% a 16% no Estado. As cooperativas representam 65% a 70% da produção total. Segundo dados da Ocepar, 77% das lavouras de trigo estão ruins e regulares. Há falta de água para o desenvolvimento da cultura que está com plantas de diferentes tamanhos na mesma lavoura. Inclusive há produtores que deixaram de fazer o controle de lagartas devido aos custos. As regiões mais prejudicadas no Estado em trigo são Norte, Noroeste e Oeste.  De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Otmar Hubner, levantamento de maio aponta quebra de 6% na safra de trigo. Segundo ele, a redução da área plantada ocorreu devido ao baixo preço do trigo. Muitos produtores também não conseguiram plantar com a estiagem.

Regiões prejudicadas - O milho safrinha tem nesta safra uma área plantada de 987 mil hectares contra 864 mil hectares no ano passado. Em 2005, foram colhidas 2,028 milhões de toneladas e para este ano a previsão é de 3,2 milhões a 3,5 milhões. As cooperativas produzem 50% do milho do Estado, mas esperam uma redução na produção de 20%. As regiões mais prejudicadas na área de milho foram Norte e Noroeste. Segundo Mafioletti, os produtores do Centro-Sul e Sudoeste não plantaram trigo por conta da estiagem. De acordo com dados do Deral, o milho safrinha já teve uma quebra de 5%. O Deral deve divulgar um novo levantamento no final do mês das perdas com a estiagem. ''Há municípios com 70 dias sem chuva no Estado. A situação é preocupante'', disse Hubner. Mafioletti lembrou que um grupo de trabalho está reunido desde ontem em Brasília para acompanhar as medidas que foram divulgadas para amenizar a situação da crise no campo e trabalhar em medidas estruturantes, ou seja, de longo prazo. ''As medidas foram razoáveis de maneira geral. Agora depende de São Pedro. Se chover, o produtor começa a se animar'', disse ele. (Folha de Londrina)

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