PLANTIO DIRETO ALCANÇA O MUNDO

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Desde quando se iniciaram as primeiras experiências, nos anos 70, o sistema Plantio Direto passou por muitos estudos e testes, despontando-se o papel de produtores pioneiros, os quais, em um profícuo processo de integração tecnológica com órgãos de pesquisa, indústrias de insumos e máquinas, a assistência técnica oficial e privada e outros serviços ligados à agricultura, conseguiram superar muitas dificuldades e construir uma sólida base de conhecimentos e de referências.

Pioneiros - Neste pioneirismo o Estado do Paraná se destaca na adoção do sistema e também como descobridor desta tecnologia. As primeiras experiências com esta modalidade de plantio foram desenvolvidas na região dos Campos Gerais, pelos produtores, Frank Djikstra e Nono Pereira. A iniciativa em torno do Plantio Direto, a exemplo para os países tropicais de todo o mundo, tem refletido uma mudança de comportamento dos produtores e técnicos na busca da sustentabilidade da agricultura. Também acarretou em um maior profissionalismo pela incorporação de novas tecnologias e melhorias gerenciais dos fatores e processos de produção, constituindo, hoje, uma reconhecida alternativa para que se estabeleçam políticas, favorecendo o desenvolvimento ambientalmente sustentável, voltadas para a prosperidade da agricultura, com evidentes benefícios para toda a sociedade.

Expansão - Destaca-se nesse contexto a expressiva expansão do Plantio Direto no Brasil, evoluindo de cerca de um milhão de hectares com culturas anuais, no início da década de 90, para mais de 12 milhões no ano 2000. Além disso, o sistema passou a ser utilizado em todas as culturas perenes, na cana-de-açúcar, na recuperação de pastagens por meio da rotação entre lavouras e pastagens, no reflorestamento, na fruticultura, na olericultura, constituindo-se em importante alternativa para a economia de operações manuais, de tração animal, tratorizadas ou aéreas. Dessa forma, fica evidente sua universalidade e abrangência, ensejando sua escolha como o mais potente instrumento a ser fomentado no manejo racional das bacias hidrográficas.

Benefícios - Para que essa fantástica expansão possa trazer os benefícios desejáveis, em um ambiente mais favorável a sua adoção e seu aprimoramento, enseja-se a celebração dos mais variados compromissos e parcerias, conforme os exemplos dos Clubes Amigos da Terra (CATs) e similares (cooperativas, associações, fundações, grupos, etc.), que perseguem o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, próspera e cada vez mais limpa, abrindo-se novos campos de cooperação nas áreas de pesquisa, ensino e de melhor equacionamento das pendências existentes nos agronegócios brasileiros. O Plantio Direto compreende um conjunto de técnicas integradas que visam melhorar as condições ambientais (água-solo-clima) para explorar da melhor forma possível o potencial genético de produção das culturas (Primavesi, 2000). Respeitando os três requisitos mínimos - não revolvimento do solo, rotação de culturas e uso de culturas de cobertura para formação de palhada, associada ao manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas - o Plantio Direto não deve ser visto como uma receita universal, mas como um sistema que exige adaptações locais.

Harmonia homem/natureza - Essas têm sido executadas por iniciativa dos próprios agricultores, por meio da integração contínua de esforços com pesquisadores e técnicos, possibilitando avanços palpáveis no desenvolvimento e na transferência de tecnologias. A adoção do Plantio Direto expressa a perfeita harmonia do homem com a natureza e proporciona economias significativas para a sociedade como um todo. Torna-se possível, assim, a minimização de custos por unidade produzida a partir da maximização da produtividade de insumos e de mão-de-obra. Associa-se a isto a diminuição significativa de consumo de petróleo (60 a 70 % a menos de óleo diesel), o aumento do seqüestro de carbono (aumento do estoque no solo e da matéria orgânica em decomposição na superfície), a diminuição expressiva da perda de solo por erosão (90 % de diminuição nas perdas estimadas em 10 t solo/t de grão produzida), que evidenciam a possibilidade de se obter uma agricultura sustentável e limpa, produzindo alimentos de qualidade, com o menor impacto negativo sobre o meio ambiente e o homem. O sistema permite também o cumprimento do calendário agrícola, validando as recomendações do zoneamento e sendo um atrativo para as seguradoras, viabilizando a atividade agrícola. Por suas reconhecidas características, comprovadas amplamente pela pesquisa agropecuária brasileira, o Plantio Direto é a mais importante ação ambiental brasileira em atendimento às recomendações da conferência da Organização das Nações Unidas (Eco-92) e da Agenda 21 brasileira, indo ao encontro do que foi acordado na assinatura do Protocolo Verde. (Fonte: Federação Brasileira de plantio direto na palha)

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