PLANO SAFRA III: Márcio Lopes de Freitas fala em nome do setor produtivo
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Escolhido para falar em nome do setor produtivo, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas falou sobre a importância do aumento dos recursos para a safra 2008/2009 e aproveitou para fazer algumas reivindicações para o setor produtivo. Veja a seguir a íntegra do discurso do presidente da OCB:
"BOM DIA
SR. PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
SR. GOVERNADOR ROBERTO REQUIÃO
SR. MINISTRO REINHOLD STEPHANES
DEMAIS AUTORIDADES, AGROPECUARISTAS E IRMÃOS COOPERATIVISTAS.
É uma honra para mim ter a oportunidade de me manifestar às mais importantes autoridades do nosso país. A responsabilidade é muito grande por me manifestar em nome de todo o extraordinário setor agropecuário nacional que dispõe de lideres muito mais competentes. Esta responsabilidade se agiganta por estarmos aqui no Paraná, este pedaço abençoado do Brasil, que é desenvolvido, uma gente admirável em todos os sentidos, especialmente por seus agropecuaristas e o seu modelo de organização em cooperativas que tem sido um exemplo para todo o Brasil e para o mundo.
Sr. Presidente, com a tão conhecida e noticiada crise de energia e de demanda por alimentos mundo afora, vivemos um momento impar, de grandes desafios, mas acima de tudo de grandes oportunidades. Sem dúvida é a grande chance de embarcarmos para o efetivo desenvolvimento de nossa gente nos braços da agropecuária.
Todos nós agropecuaristas brasileiros queremos aproveitar esta oportunidade: pequenos, médios ou grandes, empresariais ou familiares, convencionais ou ecológicos e darmos soluções efetivas para estas questões globais que se colocam. Queremos e podemos produzir alimentos em abundancia, com qualidade e sustentabilidade e ainda podemos produzir muita energia limpa, capaz de substituir as fontes tradicionais e finitas, tudo isto de uma maneira racional e competitiva.
É por isto que temos tanta esperança no anúncio do Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009. Já discutimos bastante com o MAPA através da competente equipe liderada pelo Ministro Reinhold e lideranças do Sistema CNA, SRB e OCB. Esperamos um Plano que garanta a Sustentabilidade do Agronegócio Brasileiro.
Precisamos medidas estruturais
• Implantar política consistente de garantia de renda setorial - visando dar estabilidade e previsibilidade para o agronegócio brasileiro.
Aprimorar o seguro rural - em expansão no Brasil - considerando faixas de produtividade (baixa, média e alta) por mutuário e também nível de cobertura;
Acrescentar no programa o seguro de preços - subvencionando parte do prêmio dos contratos de opção de venda para dar garantia de renda para os produtores em caso de queda de preços na época da colheita.
• Imprescindível a desoneração tributária incidente sobre insumos, produtos da cesta básica e serviços, que impactam fortemente nos resultados do setor.
• Medidas firmes para resolver os gargalos setoriais na questão da produção de fertilizantes e defensivos genéricos, facilitando a importação de genéricos e concessão de licenças de exploração de minas de matérias primas de fertilizantes por parte dos produtores e cooperativas.
• Infra-estrutura - principalmente a permissão para que navios de bandeira estrangeira possam realizar a navegação de cabotagem (viabilizaria o aumento consistente da produção de trigo no Brasil);
• Aumentar os investimentos em defesa sanitária.
• Regulamentar o PLC que trata do fundo de catástrofe do seguro rural;
• Avançar nas renegociações do endividamento rural - da MP nº 432 de 27/05/2008.
Precisamos medidas conjunturais
• Aumentar consideravelmente o montante de recursos para financiamentos, dado a elevação considerável dos custos de produção - na safra 2007/08 foi anunciado R$ 58,00 bilhões para agricultura empresarial e R$ 12,00 bilhões para a Familiar.
• Aumentar os preços mínimos de garantia, para fazer frente a nova realidade de mercado (aumento de custos de cerca de 30%) e estimular setores chaves de produção e abastecimento de produtos da cesta básica.
• Dar continuidade na política de redução da taxa de juros para equalizarmos os custos financeiros dos produtores brasileiros com nossos concorrentes internacionais.
• Direcionarmos recursos para programas de investimentos em recuperação de pastagens, agregação de valor a produção primária e infra-estrutura de suporte a produção.
• Antecipar os leilões de apoio à comercialização para que os produtores consigam com antecedência planejar o portfólio de produção.
Esperamos muito Senhor Presidente, mas reconhecemos as dificuldades de administrar as necessidades de um país da grandeza do nosso. Mas posso garantir que o Sr. não v ai se arrepender, temos aqui além de terra, clima e tecnologia, os melhores e mais competentes agropecuaristas do mundo e que se lhes for dadas as condições, vamos ajudar muito mais no desenvolvimento do nosso povo e ainda vamos contribuir para a paz mundial. Muito Obrigado."