PLANO SAFRA: Cooperativas de crédito vão responder por mais da metade do crédito rural no Paraná

“As cooperativas de crédito do Paraná irão destinar R$ 30,5 bilhões para o custeio e investimentos da safra 2023/2024. Isso representa mais da metade dos R$ 54,3 bilhões que serão destinados aos produtores paranaenses”. A informação é do presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, que participou, nesta terça-feira (15/08), do anúncio das ações do plano safra no Estado, no Palácio Iguaçu, em Curitiba. As medidas foram anunciadas pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e pelo secretário de Agricultura, Norberto Ortigara.

Protagonismo - Dos R$ 30,5 bilhões que as cooperativas repassarão aos produtores, R$ 25 bilhões são para custeio, que é a atividade principal para que o produtor possa produzir, e os outros R$ 5 bilhões são para investimentos. “Nós, cooperativas, participamos ativamente disso”, disse Ricken, referindo-se ao protagonismo das cooperativas de crédito no financiamento da atividade agropecuária paranaense.

Apoio - O presidente da Ocepar lembrou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que esteve na última semana em Curitiba, declarou que a meta   inicial era o cooperativismo de crédito atingir 10% de todo a movimentação do Sistema Financeiro Nacional “Hoje, no Paraná, na agropecuária, nós já chegamos a 37%. Isso é uma demonstração de organização e de apoio aos cooperados e a todos os produtores do Paraná”, destacou Ricken.

Agregação de valor - Ao anunciar as medidas do Plano Safra para a agropecuária paranaense, o governador Ratinho Junior ressaltou a importância da industrialização e da agregação de valor. Ele citou o exemplo de uma cooperativa formada por pequenos produtores de laranja do Paraná que, com o apoio do governo, instalou uma unidade de processamento da fruta. “Hoje, além de vender a laranja aqui no Paraná mesmo, eles exportam o suco de laranja e ganham muito mais com isso”, declarou Ratinho Junior. 

Rentabilidade - O presidente da Ocepar falou também sobre a agregação de valor como uma prática já comum entre as cooperativas do Paraná. “Não basta só produzir porque se não tiver mercado, o preço cai. É preciso produzir o que o mercado quer e o que é necessário, transformar, agregar valor”, declarou. Ricken contextualizou informando que a rentabilidade líquida da comercialização de grãos para as empresas não dá 2% em média, mas quando a produção é transformada a rentabilidade é duplicada. “No caso das cooperativas, essa renda fica na origem, gerando desenvolvimento e melhorando o IDH [Índice de Desenvolvimento Humano]. Se o agricultor e a produção vão bem, o comércio vai bem”, frisou. 

Novos recursos - No anúncio do Plano Safra paranaense, o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, informou que além do montante destinado ao Paraná pelo Plano Safra nacional, o governo do Estado está disponibilizando R$ 155 milhões por meio do Banco do Agricultor para a equalização de juros. Com isso, algumas linhas terão juro zero como o financiamento via Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para pequenas propriedades rurais que sejam gerenciadas por mulheres.

Seguro - O governo do Paraná também está direcionando outros R$ 617 milhões por meio de programas direcionadas especialmente a agricultores familiares, como o Compra Direta e o Leite das Crianças. Serão destinados, ainda, R$ 12,8 milhões do Tesouro do Estado para auxiliar na contratação de seguros para cobertura das lavouras por meio da Subvenção Estadual ao Prêmio de Seguro Rural (PSR). O objetivo é ampliar a cobertura de áreas seguradas.

Água - Durante o evento, no Palácio Iguaçu, também foi anunciado um programa de conservação de solos e água, que tem como desafio proteger 30 mil nascentes de água no Paraná até 2025. A previsão é de que seja lançado oficialmente em 21 de setembro. Também foi apresentado um balanço social do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater), que trabalha diariamente para melhorar a produção dos paranaenses.

FOTOS: Ari Dias / AEN