PLANEJAMENTO: Iapar ensina a proteger novos cafezais contra geadas

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Pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) alertam os produtores que planejam plantar café: é hora de preparar o túnel de guandu para proteger a lavoura contra geadas no próximo inverno. O guandu é uma leguminosa arbustiva, bastante utilizada como adubo verde, que pode atingir até quatro metros de altura. A técnica consiste em semeá-lo em linhas posicionadas entre os sulcos onde serão plantadas as mudas de cafeeiro. No Paraná, normalmente se faz o plantio de café entre janeiro e junho.

Proteção - Com o crescimento, os ramos do guandu se entrelaçam e formam uma cobertura, sob a qual as mudas de café recém-plantadas ficam abrigadas e protegidas do frio. Resultados de pesquisas apontam que, nessa condição, a temperatura de relva (coletada ao nível do solo) permanece de dois a cinco graus mais elevada no inverno, em comparação a áreas onde o cafezal é implantado sem uso dessa prática. De acordo com a pesquisadora Heverly Morais, além de proteger contra geadas, o túnel de guandu auxilia na redução da infestação de plantas daninhas, protege o terreno contra a erosão e melhora o pegamento das mudas de café, porque o sombreamento do guandu conserva a umidade do solo.

Previsão - Entre 1.000 e 1.200 produtores devem plantar café na safra 2007-2008, conforme projeção, baseada na quantidade de mudas disponível no Paraná, do economista Paulo Franzini, do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab). Se essa previsão se confirmar, no próximo inverno haverá no Estado cerca de 4.000 hectares de novos cafezais sob risco de sofrer danos causados por geadas.

Como fazer - O túnel de guandu deve ser implantado em outubro-novembro. O primeiro passo é preparar o sulco para plantio das mudas de café. Semeia-se a leguminosa em ambos os lados dessa vala, a uma distância de 80 cm, com matraca ou plantadeira (tratorizada ou de tração animal), depositando-se cinco sementes por cova. São necessários 15 a 20 quilos de sementes por hectare, recomenda Heverly Morais. Após a emergência, faz-se o raleamento, deixando uma planta a cada 20 centímetros. Conforme a pesquisadora, o desenvolvimento inicial da leguminosa é lento e, por isso, pode ser necessário capinar o mato uma ou duas vezes. No início do ano os pés de guandu estarão bem crescidos. Deve-se então fazer uma poda leve no lado interno, voltado para o sulco, para facilitar o caminhamento no terreno e o trabalho de plantio das mudas de café. No inverno, o túnel se fechará, deixando protegido o cafezal recém-implantado.

Finalização - Desfaz-se o túnel em setembro, cortando-se as plantas de guandu a 60 cm do solo, preferencialmente em dias nublados. Essa poda deve ser feita em três etapas, espaçadas quinze dias uma da outra, para facilitar a aclimatação das plantas de café. É necessário manter as podas até dezembro, conservando o cafezal a pleno sol. Então, deixa-se a leguminosa rebrotar totalmente, para que, em maio, o túnel se feche novamente. No ano seguinte, repete-se o processo. O pesquisador Renzo Gorreta Hugo estima que, no primeiro ano, a implantação e manejo do túnel de guandu custa aproximadamente R$ 175 por hectare, incluindo podas e capinas. (Imprensa Iapar)

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