PESQUISA: Agronegócio será o motor da retomada, dizem empresários

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A economia do Paraná tende a apresentar o maior crescimento em relação aos demais estados da Região Sul e os empresários apostam no agronegócio como o motor que vai puxar a retomada do ciclo virtuoso no estado. Esta é a conclusão da 3ª sondagem empresarial "A Força da Região Sul", realizada em novembro de 2008 pela consultoria PrincewaterhouseCoopers (PWC) e apresentada na manhã desta quinta-feira(12/02), em Curitiba, em parceria com o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef). A pesquisa, no entanto, foi feita quando ainda não se previa uma quebra de até 25% na safra de grãos no estado. Ainda assim, a alta no preço das commodities agrícolas pode compensar as perdas com a colheita menor.

Levantamento - O levantamento ouviu 54 empresas dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, das quais 91% têm faturamento anual acima dos R$ 100 milhões e 80% contam com mais de 500 funcionários. Na data da coleta dos dados, no entanto, boa parte dos efeitos da crise sobre a economia ainda eram desconhecidos, o que levou a uma distorção dos resultados por um "excesso de otimismo", como fez questão de destacar o sócio da PWC e apresentador da pesquisa, Carlos Biedermann. A sondagem aponta, por exemplo, que 63% dos agentes econômicos ouvidos projetavam na época um crescimento do PIB acima de 4% para 2009. "Se a pesquisa fosse refeita sob as atuais circunstâncias, a grande maioria apontaria uma projeção entre 1,8% e 2%", acredita o economista e comentarista da sondagem, Gilmar Mendes Lourenço.

Oportunidade estratégica - "Hoje, 100% das empresas consideram que podem ser afetadas pela crise. Mas, mesmo com essa percepção, 60% delas esperam ganhar novos mercados. Isso parece uma contradição, mas representa uma oportunidade estratégica de crescer num momento em que a grande maioria estaciona", aponta Biedermann. Para o membro do conselho consultivo do Ibef-PR Luiz Afonso Cerqueira, mesmo com a mudança de cenário, a expectativa de confiança permanece entre o empresariado. "Estamos menos otimistas, mas não pessimistas", ressalva.

Quebra da safra - O otimismo da pesquisa, no entanto, não contempla a previsão de quebra na safra estadual, que deve ter efeitos sobre o desempenho agrícola paranaense. Técnicos e jornalistas da Expedição Safra da Rede Paranaense de Comunicação (RPC), que está no campo calculando os prejuízos, estimam uma quebra de 20% a 25% na colheita. Cerqueira, no entanto, avalia que o aumento nos preços dos produtos ocasionados pela diminuição da oferta e a valorização da taxa de câmbio devam compensar os impactos negativos sobre o setor. Além do agronegócio, a pesquisa da PWC aponta os setores automotivo, de energia elétrica e saneamento e do varejo como os mais "promissores".

Gargalo logístico - "Mas é preciso tomar cuidado e não achar que o estado é um ‘oásis'. O Paraná apresenta boas oportunidades, mas também tem fragilidades", indica o economista José Pio Martins, que também comentou a pesquisa, citando como exemplo o gargalo logístico, que impediria um crescimento econômico sustentado do estado.

Vantagens e desvantagens - A pesquisa também lista as vantagens e desvantagens competitivas do Paraná em relação aos demais estados brasileiros. A localização estratégica é o principal atrativo paranaense, e depois aparecem qualidade de vida, poder aquisitivo da população, malha viária e qualidade da mão-de-obra. A principal questão negativa, na visão dos empresários, é a política estadual de incentivos fiscais. (Gazeta do Povo)

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