PERSPECTIVAS: Indústrias do Paraná estão mais otimistas, mas falta infraestrutura
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Os industriais paranaenses estão mais otimistas que um ano atrás. Mas desde então ficaram ainda menos satisfeitos com a infraestrutura do estado, que já não agradava – de sete áreas, apenas uma continua sendo bem avaliada. Foi o que revelou uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (18/12) pela Fiep, a federação das indústrias.
Expectativas favoráveis - De acordo com a Sondagem Industrial 2012/2013, 84% dos empresários têm expectativas favoráveis para o ano que vem. O índice é superior ao dos que, no fim do ano passado, se declararam otimistas em relação a 2012 (77%), mas não chega a bater as expectativas otimistas para anos como 2008, 2010 e 2011, todas acima de 86%. A pesquisa atual, feita em novembro, ouviu 412 empresários e tem margem de erro de 5%.
Anúncios - Para Edson Campagnolo, presidente da Fiep, três anúncios feitos nos últimos meses pelo governo federal podem ter ajudado a elevar o ânimo dos industriais: a desoneração da folha de pagamento para mais ramos da indústria; a redução na tarifa da energia elétrica; e os pacotes de concessões nas áreas de rodovias, ferrovias e portos. “Esses investimentos [em infraestrutura] são fundamentais para aumentar a competitividade do setor. E nossa sondagem mostrou que o empresário paranaense está especialmente preocupado com essa questão”, disse Campagnolo, referindo-se ao aumento das queixas em relação à qualidade da infraestrutura paranaense.
Sete áreas - Até o ano passado, de um total de sete áreas, apenas duas – telefonia e energia – tinham mais avaliações positivas que negativas. Agora, só a de energia é elogiada pela maioria. Neste ano, marcado por inúmeros episódios de falhas na telefonia, o porcentual de empresários que aprovam o serviço desabou de 51,2% para 33,9%, e o índice de queixosos subiu de 30% para 49,5% – apenas a área de rodovias, reprovada por 61,4% dos entrevistados, tem avaliação pior. Portos, aeroportos, ferrovias e infraestrutura urbana também recebem mais críticas que elogios.
Primeira vez - Segundo o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, é a primeira vez, em 17 anos de pesquisa, que somente uma área é bem classificada. “E, ainda assim, muitos dos empresários fizeram questão de assinalar de que as tarifas de energia ainda são muito elevadas e comprometem a competitividade”, disse.
Dinheiro no caixa - O faturamento da indústria paranaense deve crescer de 3,5% a 4% em 2013, acima da expansão de 2,5% estimada para este ano, segundo a Fiep. Para o economista Maurílio Schmitt, o esperado crescimento da indústria ligada ao agronegócio – que parece ter o clima a seu favor nesta safra – deve compensar as incertezas em relação ao setor automotivo, que pode perder a desoneração de IPI em janeiro.
Mão de obra preocupa - O aumento da produtividade da mão de obra, citado por pouco mais da metade dos industriais, deve ser o principal destino dos investimentos da indústria do Paraná em 2013. A baixa qualificação dos candidatos é uma das maiores dificuldades na contratação, segundo 76% dos entrevistados. O custo da mão de obra preocupa bem menos: foi mencionado por 28,7% dos empresários. (Gazeta do Povo)