Paraná deixa de embarcar mil toneladas de frango

O Paraná, maior produtor nacional de frangos, está deixando de exportar mil toneladas por dia por conta da greve dos fiscais do Ministério da Agricultura. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, já está ocorrendo pressão por parte dos importadores para tentar baixar os preços. "Nos contratos que estão sendo assinados, o importador está fixando valores menores para o frango. Isso em um momento em que a carne nacional estava valorizada por conta da gripe aviária nos outros países exportadores", afirma. O Sindiavipar entrou na justiça com um mandado de segurança para tentar permitir que outros técnicos possam elaborar os certificados fitossanitários. Desde o início da greve, a Big Frango, de Rolândia (PR), não consegue embarcar a produção. A empresa, que exporta 2 mil toneladas por mês principalmente para o Japão, está tendo que enfrentar a impaciência dos importadores com a demora nos embarques. "É uma situação lamentável que afeta toda a cadeia do frango", afirma João Paulo Copini, diretor da área internacional da empresa.

Abate - Se a paralisação se estender por mais dias, o abate, de 160 mil frangos por dia, pode ser comprometido. "O espaço para armazenagem é limitado e estamos operando no máximo da capacidade". Mesmo com o fim da greve, as indústrias estão preocupadas com o ritmo de escoamento das cargas. "Quem depende do porto de Paranaguá, como a nossa empresa, ainda terá que enfrentar outros problemas, como a fila de caminhões e a capacidade dos navios, o que deve atrasar ainda mais os embarques", afirma Copini. As indústrias localizadas no Paraná respondem por 20,7% da produção nacional de frangos, de 7,842 milhões de toneladas. O estado é o terceiro maior exportador -atrás de Santa Catarina e Rio Grande do Sul - , com 25,64% de participação nas 1,9 bilhão de toneladas enviadas ao exterior no ano passado. (Fonte: Gazeta Mercantil)