PARANÁ CONSOLIDA PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E DÁ EXEMPLO À NAÇÃO

  • Artigos em destaque na home: Nenhum
Eduardo Sciarra (*)

O modelo de industrialização implantado pelo Governo Jaime Lerner nos últimos sete anos está praticamente consolidado. Além de bem sucedido, como os próprios indicadores econômicos e sociais demonstram, o modelo tem os elementos necessários para garantir a própria sustentabilidade. Com efeito, a maturação dos investimentos industriais atua positiva e continuamente na dinâmica econômica, permeando seus resultados para os fornecedores de bens, intermediários e primários. Em contrapartida o Estado passa a dispor de maior volume de recursos para aplicação nas áreas sociais da saúde, da educação e da segurança.

Uma combinação de fatores permitiu que tais objetivos fossem alcançados, com destaque para a modernização e atualização da infra-estrutura de transportes (rodovias, ferrovias, portos e aeroportos), de comunicações, de distribuição de energia elétrica e de gás natural, bem como a rede de universidades federais e estaduais que asseguram a melhor qualificação técnica para habilitação pessoal às novas exigências dos conteúdos dos empregos de qualidade. Outro fator de grande importância é a constituição da sociedade paranaense, composta de representantes de diversas etnias, que aqui mesclaram suas aptidões naturais, otimizando características extremamente importantes nestes anos de modernização e inserção no ambiente produtivo e de comércio mundial, como por exemplo o empreendedorismo e a competência técnica e gerencial.

Ao final do ano de 2001, o Estado do Paraná apresenta um crescimento do Produto Interno Bruto - PIB estimado em 6,7%, devendo alcançar US$ 36 bilhões, ou 6,5% do PIB brasileiro. O incremento do PIB do Paraná está bem acima do nacional do mesmo período. As exportações paranaenses, que alcançaram US$ 4,4 bilhões no ano 2000, cresceram cerca de 24% em 2001, passando a representar quase 10% do total das exportações do País.

Ainda em termos de exportações, os avanços são muito significativos, tendo em vista a maior participação de produtos industriais tais como veículos, máquinas e equipamentos, papel e celulose, carnes e outros derivados agroindustriais, que refletem não somente o crescimento do setor industrial, mas também o seu estágio de permanente evolução, sem o qual não seriam ampliadas as pautas e conquistados novos mercados, cada vez mais exigentes e competitivos.

Desde 1995 o Paraná atraiu investimentos industriais privados no valor de US$ 21 bilhões o que proporcionou a geração de 160 mil empregos diretos e 600 mil empregos indiretos, sendo 57% deste total no interior do Estado. O embasamento agropecuário do Estado permitiu o surgimento e o fortalecimento da agroindústria paranaense, bem como a instalação de novas plantas de processamento de alimentos. Tal fato se justifica pela quantidade, diversidade e qualidade da produção primária. O Paraná é responsável por 25% da produção nacional de grãos e é o maior produtor de milho, soja e mandioca do País.

Destaque-se ainda que o Paraná é o primeiro produtor nacional de aves o que corresponde a 21% da produção brasileira. Deste total 31% são destinados à exportação, que cresceu 45% em 2001. Quanto à suinocultura o Paraná se destaca como 2º rebanho e 3º produtor nacional, atividade que vem crescendo significativamente. O crescimento do setor agroindustrial tem seu marco referencial na grande expansão dos investimentos das cooperativas, modelo produtivo dos mais acertados na condição paranaense. A agregação de valor conseguida com a industrialização da produção primária nas cooperativas permite que sejam implantadas unidades industriais de maior escala, garantindo a sua viabilidade econômica. Ao lado das cooperativas, grupos empresariais locais e outros para cá atraídos vêm alcançando significativos resultados, principalmente devido ao uso de processos produtivos e de gestão mais modernos e atualizados com relação aos requisitos do mercado global.

Três leis tributárias recentemente sancionadas, e com impacto na comercialização dos produtos agroindustriais, permitiram restabelecer condições de competitividade em relação aos estados que praticam ordenamentos protecionistas na comercialização interestadual de diversos produtos.

No que diz respeito à Tecnologia da Informação o Paraná responde hoje por 13% do faturamento nacional do setor, compreendendo produtos eletro-eletrônicos, de telecomunicações e informática. Na produção de softwares detém 15% de participação no total nacional, sendo destaque nas aplicações hospitalares.

A área reflorestada do Paraná em 2000 foi 25% superior a área de floresta renovável consumida. Em 2001 o incremento continuou se repetindo. Da madeira produzida vem crescendo a destinação para a indústria moveleira e para a produção de painéis e placas dos quais o Paraná é responsável por 57% da produção nacional. Segundo a sexta Sondagem Industrial realizada pela FIEP existe previsão de investimentos para 2002, pelas empresas paranaenses, visando ganhos de produtividade através da modernização tecnológica, do gerenciamento de processos, da qualificação de pessoal, do lançamento de novos produtos e conquista de novos mercados. Esta Sondagem demonstra ainda que 80% dos empresários têm expectativa positiva para o ano de 2002.

Já o setor de turismo receberá investimentos de mais de US$ 120 milhões nos próximos anos, através do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Sul do Brasil, os quais serão captados junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, a União e o Estado. O PRODETUR SUL permitirá o desenvolvimento sustentável do turismo bem como a consolidação, a ampliação e a melhoria da qualidade dos produtos e serviços, incrementando a atividade no que diz respeito à geração de renda e criação de oportunidades de trabalho. O Paraná oferece oportunidades de crescimento relacionadas ao turismo em áreas naturais, ao turismo de negócios, ao aproveitamento do patrimônio histórico e cultural, e ao turismo rural. Deve ocorrer também a formatação de novos produtos turísticos e está prevista a concessão de equipamentos turísticos existentes no Estado.

Enfim, num ano marcado pelas adversidades da conjuntura internacional e quando grande parte do País foi afetada pela crise de energia elétrica o Paraná conseguiu sair na frente e se tornar a quarta economia mais competitiva do Brasil.

----------------------

(*) Eduardo Sciarra,

secretário de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo (1998 ? 2001)

Conteúdos Relacionados