OCEPAR PARTICIPA DE IMPORTANTE SIMPÓSIO SOBRE LOGÍSTICA DE TRANSPORTE NO PARANÁ

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A longa espera na fila para descarregar no porto, congestionamentos dos meios de transporte de carga, a sobrecarga de tributos, tarifas, pedágios, armazenamento, distribuição, foram alguns dos principais assuntos debatidos em Curitiba na última segunda-feira (29), no Cietep, durante a realização do Simpósio Estadual sobre Logística de Transporte, promovido pela Fiep, Ocepar, Faep, Fecomércio, Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Cexpar e Federação Nacional dos Operadores Portuários (Fenop).

Painel - O presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, coordenou o painel "Diagnósticos sobre os Modais de Transporte do Paraná" com a participação do economista Luiz Antonio Fayet e representantes da Ferropar, Departamento de Estadas e Rodagem (DER), Appa e Infraero, - a única ausência foi da ALL que não enviou representante -, para João Paulo foi oportuno ouvir especialistas, lideranças empresariais, autoridades, executivos e técnicos do setor. "Pudemos sentir que nossos problemas são comuns e temos que buscar soluções para eles", afirmou. Koslovski anunciou que no final do evento foi elaborado um documento, subscrito por todas as entidades promotoras do Simpósio, onde estão contidas algumas propostas que deverão ser utilizadas como ação integrada de trabalho para viabilizar a atual estrutura logística de transporte no estado.

Ágide - Na abertura do Simpósio, o presidente da Faep, Ágide Meneguette disse que a pauta do encontro objetivava discutir o alto preço na comercialização dos produtos agropecuários e que, além de reduzir a competitividade de produtos paranaenses, acaba tirando uma parcela expressiva da renda dos produtores rurais. "A questão é saber como reduzir os fretes rodoviários, como aumentar a participação da ferrovia no transporte de grãos e outros produtos, como tornar mais ágil o nosso porto. Aparentemente os produtores rurais nada têm com estas questões porque não são eles que pagam diretamente a fatura do frete ou as tarifas do porto. Mas na verdade tem tudo a ver, uma vez que os preços pagos na intermedição, nos transportes, nas praças de pedágio e nos embarques são deduzidos dos preços pagos aos produtores rurais. Quem paga a conta, no frigir dos ovos, são os produtores", salientou.

Agricultura paga a conta - Na avaliação de técnicos do setor da agropecuária, os custos do transporte das safras é um dos principais fatores que diminuem a renda do produtor rural e a competitividade dos produtos paranaenses. "A agricultura é quem paga a conta", afirmou o economista Erickon Teixeira Lima, que abriu o ciclo de palestras no evento. Segundo ele, igualmente, esses gargalos na logística prejudicam a colocação de nossos bens industrializados em outros mercados.

Empecilhos - Sucateamento da malha rodoviária, do sistema ferroviário e a burocracia nos portos foram alguns dos problemas apontados pelo economista Luiz Antônio Fayet e que impedem o aumento das exportações do Paraná. Segundo Fayet, o primeiro grande limitador das exportações é a forma como foi feita a concessão ferroviária no Estado. Ele disse que as concessões melhoraram o sistema operacional, mas não trouxeram investimentos, e o sistema de concessões não levou em consideração as necessidades de crescimento da economia paranaense. A burocracia no Porto de Paranaguá é outro grande porque dentro do porto as autoridades federais estabelecem horário de trabalho incompatível com as necessidades portuárias e a Superintendência do Porto precisa respeitar essas decisões, lembrou Fayet.

Estradas sucateadas - A situação da malha rodoviária estadual também é considerada crítica. Com exceção das rodovias que estão sob concessão e pedagiadas, as demais encontram-se ''totalmente sucatadas'', aumentando o custo do transporte dos produtos até o porto. Para o economista, uma das alternativas para superar parte desses problemas é criar agências reguladoras que controlem as atividades concedidas pelo governo à iniciativa privada. Segundo ele, no Rio Grande do Sul primeiro foram criadas as agências reguladoras para depois se fazer as concessões. "No Paraná o processo foi inverso".

Críticas de Gianetti - Ao encerrar o Simpósio, o secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Roberto Gianetti da Fonseca, afirmou que os problemas logísticos que o Brasil enfrenta hoje são os mesmos das décadas de 70 e 80. "A recuperação do potencial, competitivo exportador brasileiro pode demorar anos", disse. O secretário afirmou que muito já foi feito para resolver esses problemas logísticos brasileiros, "mas ainda são necessárias centenas de outras medidas". Entre as medidas apontadas por Gianetti estão a adoção do transporte multimodal, aprimoramento da gestão e dos equipamentos dos portos, armazéns intermediários para evitar que as cargas cheguem nos portos de forma desordenada, redução de custos no transporte ferroviário, hidroviário e a melhor utilização da combinação de cargas de transporte marítimo. "Há muito que fazer para racionalizar a atividade logística brasileira, principalmente quando o assunto é exportação", avalia.

Ferrovias - As ferrovias foram apontadas por Gianetti como uma alternativa mais barata para o transporte de produtos de exportação, mas que precisa de investimentos, entre eles aquisição de locomotivas mais modernas e eficientes. "O que falta são equipamentos e incentivos aos exportadores para que utilizem os terminais rodoferroviários ", disse. "A ferrovias precisam ser mais confiáveis em termos de entrega, de prazos e horários", salientou Gianetti.

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