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(*) Raimundo Mariano do Vale
Em quase todas as apresentações, que fiz em eventos promovidos
pelo Sicoob, ressaltei que o processo de desenvolvimento sócio-econômico
do Brasil vinha sendo, significativamente, retardado devido ao baixo volume
de crédito da economia brasileira.
Sem o apoio financeiro adequado, os projetos de natureza empresarial,
profissional e até mesmo doméstica, ficam prejudicados e,
na maioria dos casos totalmente inviabilizados.
Em boa hora, autoridades, inclusive o Presidente da República,
e os analistas econômicos têm levantado essa questão,
com ênfase. Verificaram, afinal, que o total do crédito concedido
ao Brasil é muito baixo, apenas 25%, aproximadamente, do sei PIB
(Produto Interno Bruto). Nos países desenvolvidos (G-7), esse percentual
é de 120%. Estamos abaixo de vários países emergentes,
como Coréia do Sul, Malásia etc.
Perdemos feio para o Chile, que concede de crédito dito em torno
de 70% do seu PIB.
Este fato talvez explique porque o Chile, para os padrões da América
do Sul, tem um desempenho tão bom. Não se pode esquecer
que existe uma relação muito forte entre desenvolvimento
e volume de crédito concedido.
Como se pode corrigir esse cenário tão desfavorável
que o Brasil apresenta? Como foi solucionado nas nações
desenvolvidas? A resposta está, pelo menos em parte, no crédito
cooperativo. O nosso Sistema, ao contrário das instituições
financeiras convencionais, pode contribuir, de forma efetiva, para uma
administração mais racional e justa dos recursos do giro
da economia do Brasil.
Por tudo isso, o Bancoob, desde o início da sua constituição,
procura gerar, cada vez mais, recursos para as cooperativas do Sicoob.
Temos, nesse sentido, avançado muito, não obstante as nossas
limitações. Mas ainda é muito pouco, diante das demandas
das Singulares e dos seus Associados.
Contamos que, num futuro que esperamos não esteja longe, melhore
a estrutura de capital do Bancoob e aumente o montante dos recursos da
liquidez das cooperativas que administra, a fim de que, desse modo, o
Banco tenha condições mais favoráveis para atender
às necessidades de crédito das singulares.
(*) Presidente do Bancoob
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