MINISTÉRIO DA AGRICULTURA DESTINA R$ 250 MI PARA COOPERATIVAS

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O Ministério da Agricultura promete destinar R$ 250 milhões para o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para agregar valor à produção agropecuária (Prodecoop). Segundo o ministro Pratini de Moraes, o valor consta do programa agrícola para a safra de 2002-2003. Ele diz que o programa terá como objetivo o incremento da competitividade das cooperativas por meio da modernização dos sistemas produtivos e de comercialização. Os recursos deverão financiar projetos de atualização tecnológica, obras, instalações, equipamentos, despesas pré-operacionais e de importação, treinamento, capital de giro e investimento em meio ambiente e social. A expectativa do ministro é de que os investimentos nos complexos agroindustriais das cooperativas permitam um aumento das exportações, agregando valor a esses produtos. O prazo de financiamento será de até 12 anos, incluindo até três de carência. Cada cooperativa poderá ter acesso até R$ 20 milhões. Até 70% do valor do projeto poderá ser financiado no caso das cooperativas com faturamento anual superior a R$ 100 milhões. Até 80% para faturamentos entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões. E até 90% para faturamento inferior a R$ 50 milhões. A taxa de juros para essa modalidade de crédito será de 10,75% ao ano.

Juro fixo - O Plano Agrícola e Pecuário 2002/2003 vai contar com R$ 21,67 bilhões. A informação é do ministro Pratini de Moraes (Agricultura). Segundo ele, o valor considera os R$ 18,95 bilhões disponibilizados pelo governo, mais os retornos e reempréstimos ocorridos durante o ano agrícola. Pratini de Moraes afirmou que 86% do total de recursos do crédito rural serão disponibilizados com juros fixos. A taxa de juros será de 8,75% ao ano para financiamento de custeio, comercialização e investimento, atingindo R$ 16,27 bilhões, o que representa um crescimento de 8% em relação ao ano agrícola anterior. Os outros financiamentos a juros fixos serão de 6% a 10,75% ao ano, no caso dos fundos constitucionais, de 11,95% ao ano para Finame Agrícola, e 9,5% para o Funcafé. O restante dos recursos, cerca de R$ 3 bilhões, será oferecido a juros livres. Segundo o presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Antonio Ernesto de Salvo, o plano agrícola e pecuário é melhor do que era, mas ainda está abaixo do que o setor precisa. Ele afirmou esperar que o governo consiga reduzir os "gargalos'' na execução do plano pelos bancos. Segundo de Salvo, o grande problema dos produtores está nas dificuldades impostas pelos bancos na concessão do crédito. Ele defendeu ainda a aceleração das negociações quanto ao estabelecimento de um seguro de renda para o produtor rural. Diante das dificuldades que este seguro encontraria com relação aos acordos internacionais, por conter subsídios, o presidente da CNA afirmou "não existe seguro rural sem subsídio. Então a gente disfarça como eles fazem''.

Apoio a sistemas de irrigação - O ministro Pratini de Moraes (Agricultura) lançou hoje o programa de apoio à agricultura irrigada, que havia sido suspenso no ano passado devido ao racionamento de energia elétrica. O programa, que faz parte do Plano Agrícola e Pecuário 2002/2003, contará com total de R$ 200 milhões, com juros de 8,75% ao ano e prazo de até oito anos de financiamento, incluindo até três anos de carência. O limite de financiamento é de R$ 250 mil por beneficiário. Segundo o ministro, o objetivo do programa é estimular a compra de equipamentos para irrigação que permitirão uma produção com maior valor agregado. Poderão buscar recursos do programa tanto produtores rurais quanto as cooperativas. A aplicação dos recursos poderá ser para implantação, renovação ou reconversão de sistemas de irrigação.

Preços mínimos - O Ministério da Agricultura elevou o preço mínimo do milho em 27,86% no plano agrícola e pecuário 2002/2003, em relação ao anterior. O valor é válido nas regiões Sul e Sudeste, e nos Estados do Tocantins e Sul da Bahia, Maranhão e Piauí. A medida, segundo o ministro Pratini de Moraes, tem como objetivo estimular o aumento da área de milho plantada no país. Na última safra, muitos produtores de milho acabaram migrando para o plantio de soja, estimulados pela alta do dólar. Na tentativa de evitar um aumento na importação de outros produtos agrícolas, o governo também aumentou o preço mínimo do algodão em caroço em 12% e do arroz em 13,08%. Na próxima semana, o ministério deverá concluir a última rodada de negociações com a cadeia produtiva do milho para lançar os contratos de opções para comercialização do produto.

PLANO SAFRA 2002/03

1 - RECURSOS - SAFRA 2002/03

O total de recursos previstos para a safra 2002/03 é de R$ 21,67 bilhões assim distribuidos:

1) Crédito a juros fixos de 8,75% a.a : R$ 16,27 bilhões

2) Crédito a outros juros: R$ 2,40 bilhões

3) Crédito a juros livres: R$ 3,00 bilhões

O montante de recursos previstos para a safra 2002/03 é 26% superior ao disponibilizado na safra 2001/02.

2 - PREÇOS MÍNIMOS - SAFRA 2002/03 - para a Região Sul do Brasil.

ProdutoUnidadePreço Mínimo R$ UnidadeVariação %
Algodão em caroço15 kg10,0812,00
Algodão em pluma15 kg33,9011,81
Arroz longo fino em casca 50 kg14,008,14
Feijão60 kg30,007,14
Mandioca - raizt35,0013,71
Mandioca - farinha50 kg10,4313,62
Mandioca - féculaKg0,3113,47
Milho60 kg9,5027,86
Soja em grãos60 kg11,008,06

3 - PROGRAMAS DE INVESTIMENTO

3.1 - Ajustes nos programas de investimento vigentes

ProgramaItem ajustado2001/022002/03
Programa de Apoio à AquiculturaEspécies amparadasTilápias, camarões marinhos, moluscos, carpas, tambaquis/pacus, trutas, surubins e camarões de água doce.Todo tipo de pescado.
.Limite de financiamentoR$ 80 mil/beneficiário/anoR$ 150 mil/beneficiário/ano
Programa de Armazenagem na Propriedade RuralLimite de financiamentoR$ 100 mil/beneficiário/anoR$ 300 mil/beneficiário/ano
PROLEITEItens financiáveisIncluir construção de instalações para silagem
Programa de Sistematização de VárzeasAbrangênciaMetade Sul do RSTodo território nacional
PROPASTOItens financiáveisIncluir operações de destoca

3.2 - Novos Programas

PRODECOOP

TítuloPrograma de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária - PRODECOOP
ObjetivoIncrementar a competitividade do complexo agroindustrial das cooperativas brasileiras, mediante a modernização dos sistemas produtivos e de comercialização, para agregar e aumentar as exportações de produtos agropecuários.
Beneficiáriocooperativas de produção agropecuária / cooperados para integralização de cotas partes vinculadas ao projeto
Encargos FinanceirosTaxa de 10,75% a.a
Prazo de FinanciamentoAté 12 anos, incluídos até 3 anos de carência
- Limites de FinanciamentoR$ 20 milhões por cooperativa, sendo: / até 70% do valor do projeto para cooperativas com faturamento superior a R$ 100 milhões / até 80% do valor do projeto para cooperativas com faturamento entre R$ 50 e R$ 100 milhões / até 90% do valor do projeto para cooperativas com faturamento inferior a R$ 50 milhões
GarantiasAs admitidas no crédito rural.
Montante de RecursosR$ 250 milhões
Itens Financiáveisprojetos e tecnologia; obras, instalações e outros; / equipamentos nacionais; / despesas pré-operacionais e de importação; / treinamento; / capital de giro associado ao investimento; / investimento meio-ambiente e social; / marketing.

B ) Outros Programas

ITEMApoio a Agricultura IrrigadaApoio CacauiculturaErradicação da Brucelose e Tuberculose AnimalPlantio Comercial de Florestas
BeneficiáriosProdutores e suas cooperativasProdutores, pessoas físicas e jurídicas, associações e cooperativasProdutores, pessoas físicas e jurídicas, associações e cooperativasProdutores, pessoas físicas e jurídicas, associações e cooperativas
Juros8,75% a.a8,75% a.a (BNDES) / 8,75% a.a (FNE)8,75% a.a8,75% a.a
PrazoAté 8 anosAté 8 anosAté 5 anosAté 12 anos
CarênciaAté 3 anosAté 3 anosAté 2 anos1º corte + 6 meses, limitado a 8 anos
LimitesAté R$ 250 milAté R$ 200 mil, limitado a R$ 2.300/ha-o-Até R$ 150 mil
GarantiasAs admitidas no crédito ruralAs admitidas no crédito ruralAs admitidas no crédito ruralAs admitidas no crédito rural
Montante de RecursosR$ 200 milhõesR$ 230 milhõesR$ 30 milhõesR$ 60 milhões
Itens FinanciáveisInvestimentos fixos e semifixos para implantação, renovação ou conversão de sistemas de irrigação, inclusive obras de infra-estrutura associadasAquisição de mudas, clonagem e adensamentoMatrizes bovinasInvestimentos fixos e semifixos relativos a implantação e custeio associado

4 - LIMITES DE CRÉDITO

ProdutosLimites - em R$ MilLimites - em R$ Mil
.Culturas de sequeiroCulturas Irrigadas
Algodão400400
Milho (1)250300
Soja200200
Arroz, feijão, mandioca e sorgo150300
Amendoim, fruticultura150150
Café100100
Custeio pecuário e demais culturas6060

(1) o limite de crédito para o milho será mantido independentemente de crédito concedido para outras culturas.

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