Milho: Entidades do agronegócio debatem cadeia produtiva

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Numa parceria entre a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná e das entidades que integram o “grupo de trabalho do milho” – Ocepar, Faep, Sindicarne, Conab, Sindiavipar, Apavi, Aps, Apcbrh, Fepac, Fetaep e Sindileite, foi realizado nesta terça-feira (15), no auditório da Ocepar, com a presença de aproximadamente 100 participantes, o primeiro Seminário Estadual da Cadeia Produtiva do Milho, com o objetivo de fazer uma detalhada radiografia sobre a conjuntura atual e as principais tendências do mercado de milho. Foram convidadas importantes personalidades do cenário agrícola estadual e nacional, com o desafio de discutir sobre a comercialização da safra 2002/2003 e formular propostas de ações a serem desenvolvidas em parceria com os agentes da cadeia, visando evitar o desabastecimento interno, além de promover um equilíbrio entre a produção e o consumo no mercado de milho.

Avanços importantes secretário da Agricultura, Orlando Pessuti exaltou o trabalho desenvolvido pelo grupo do milho e disse que o Paraná estava dando um passo importante na busca de soluções para a próxima safra de milho. “Creio que sairemos deste seminário com um pensamento único rumo ao consenso de toda a cadeia produtiva. Não podemos correr o risco de ficar sem a principal fonte de produção animal que é o milho”, frisou. Já o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, fez questão de lembrar aos presentes sobre os avanços que ocorreram no Paraná na última década: “Para ter uma idéia, passamos de uma área cultivada de 7,26 milhões de hectares em 1990/91, para 8,27 milhões de hectares até 2002/03, o que representa um acréscimo de 14%. Em contrapartida, a nossa produção de grãos saltou dos 12,04 milhões de toneladas para 26,93 milhões de toneladas no mesmo período. Isto comprova a incorporação de novas tecnologias na agricultura paranaense e que nossos produtores estão correspondendo com as necessidades do país”, frisou o líder cooperativista.

Momento oportuno - Segundo o diretor adjunto da Secretaria Nacional de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Silvio Farnese, que participou do seminário como palestrante convidado, o momento da realização deste debate é oportuno, pois o Ministério está trabalhando com as medidas para a safra 2003/2004. “O ministro Roberto Rodrigues quer liberar todos os mecanismos até o próximo mês de maio. E isto está demandando um amplo trabalho. Para o milho ainda não temos uma política definida, estamos lendo os números de mercado e a relação milho/soja, pois os produtores fazem esta análise. O importante é definirmos o mais rápido possível uma política para o setor”, afirma. Políticas – Farnese também informou que o Ministério está pensando em uma correção no preço mínimo, “isto para tornar o cultivo mais atraente. Criação de uma linha especial de crédito à comercialização, chamada LEC, com juros de 8,75% para carregamento de estoque é muito importante, para que o produtor e o consumidor possa ter o milho carregado no tempo com taxas mais baratas, acreditamos que são medidas que ajudam na comercialização. Com relação ao crédito rural, o ministro Roberto Rodrigues está se empenhando junto ao Ministério da Fazenda o volume total de recursos e sua liberação rápida, de maneira que o milho volte a ser uma cultura que receba toda a atenção necessária que ela merece”, destacou.

Elogios – Silvio Farnese avaliou que este primeiro seminário realizado no Paraná, principalmente pelo fato da cadeia produtiva estar bem organizada, através do Grupo de Trabalho do Milho, liderado pela Secretaria da Agricultura e diversas entidades representativas do setor é um passo muito importante no resgate da importância desta cultura para nossa economia. “Todas as cadeias produtivas deveriam se mirar neste exemplo aqui do Paraná. O importante é que haja uma sintonia de pensamento entre todos os elementos da cadeia. Não adianta num ano ganhar dinheiro e no outro perder. Ter milho num ano e no outro não. Todos perdem, o produtor, o empresário, os consumidores. Se não o produtor acaba tendo uma segunda opção que é a soja, o que não é bom para o País, precisamos ser exportadores de proteína animal. Esta é a leitura que fazemos de uma reunião”.

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