MÍDIA: “Cooperativa tem que entrar na briga do mercado globalizado”, diz presidente da OCB ao CBN Rural

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Em entrevista concedida na tarde dessa quarta-feira (88/11) ao CBN Rural da Rádio CBN Maringá, comandado pelo jornalista Rogério Recco, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, tratou de vários temas do momento.

Desafios - Entre outros assuntos, ele falou sobre os desafios do cooperativismo brasileiro para continuar crescendo, a pesquisa que vai indicar as diretrizes para o Congresso Nacional do setor a ser realizado no próximo ano e se posicionou contrário à proposta do Ministério da Agricultura de reduzir a taxa de umidade da soja de 14 para 13%, que vem sendo muito combatido por diversas entidades, sob a alegação de que isto vai trazer pesado ônus ao produtor.

Mercado global - “Nós vivemos num mundo de muita transformação, muitas mudanças que geram incertezas, insegurança, mas também oportunidades. E nosso modelo de negócio tem que buscar uma condição socioambiental muito mais forte”, ressaltou, salientando que a inserção das cooperativas no mercado global é uma necessidade.

Resiliência - Freitas citou ainda que o modelo de negócios das cooperativas, focado nas pessoas, tem uma resiliência mais forte. “Enquanto numa empresa mercantil, se o cenário não está bom, a tendência é recuar, na cooperativa o compromisso é com o seu fornecedor, cliente e dono: o cooperado. É um modelo de negócios mais resistente às crises”, lembrando o texto de Guimarães Rosa: “o sapo não pula por boniteza, mas por precisão, e a gente não pode recuar”.

Volatilidade - O presidente fez referência, ainda, à volatilidade política em que vive o Brasil e o mundo, fator que, segundo ele, produz inseguranças econômicas, elevação da taxa de juros e possibilidade de inflação, entre outras dificuldades.

Oportunidades - “Para quem trabalha basicamente com alimentos e no fornecimento de alimentos para o mundo, eu diria que o momento gera mais oportunidades do que desafios”, acrescentando: “A hora é de estratégia. Quando as bandeiras estão adiante, você sabe o caminho que vai seguir”.

Prioridades - A propósito do Congresso Brasileiro do Cooperativismo em 2024, Freitas destacou: “Eu tenho que ouvir as cooperativas, fazer a pesquisa que vai nos dar diretrizes para a realização do Congresso no próximo ano. Vamos fazer uma reunião com os líderes do cooperativismo do Brasil inteiro aqui em Brasília e aí definir as prioridades do movimento cooperativista brasileiro para os próximos cinco anos”.

Entrar na briga - Segundo ele, essa é uma revisão de médio prazo, mas se faz necessário, também, prever revisões anuais: “não dá mais para você fazer um planejamento de cinco, dez anos, e ficar esperando que as coisas se acomodem nisso. Não é uma tarefa fácil, a cooperativa é uma empresa que precisa jogar o jogo do mercado, ser competitiva. Ela tem que entrar na briga do mercado globalizado”.

Riquezas - A respeito de o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 pontuar que o cooperativismo brasileiro respondeu naquele ano por 5,2% de toda a geração de riquezas do país, o presidente afirmou não ter dúvida de que os números são superiores. “A cooperativa gera riquezas que não migram para a Avenida Paulista ou para derivativos em Nova York, elas ficam circulando nas comunidades onde as cooperativas estão inseridas”, citando que os recursos, nos municípios, irrigam toda uma rede de serviços, além do comércio e tributos.

Mais de 6% - “Eu acredito que nós devemos alcançar em 2023 mais de 6% do PIB, mas na realidade o efeito multiplicador do modelo de negócio é muito maior. Onde tem a presença de cooperativas sólidas, a economia local é melhor, o nível de salário é melhor, o nível de empregabilidade é maior na região. O IDH melhora substancialmente onde tem a presença da cooperativa”, ressaltou.

Umidade da soja - Por fim, quanto à proposta do Mapa de reduzir a taxa de umidade da soja de 14 para 13%, ele explicou que a OCB tem defendido a posição que as cooperativas passam. “A redução de 14% para 13% impõe custos operacionais muito altos para a cooperativa, você tem que implantar essas questões de secagem, e essa redução, que parece singela, significa um incremento de custo que vai sair do bolso do cooperado”. (Assessoria de Imprensa)

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