MERCADO I: Preço do feijão já registra queda

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Após alguns meses com forte alta, tudo aponta para a retração no mercado de feijão. Além da proximidade da entrada da segunda safra, a expectativa de baixa está generalizada, de acordo com analistas. "A própria manifestação do ministro Reinhold Stephanes (da Agricultura, Pecuária a Abastecimento) de que os preços vão cair já provoca um efeito no mercado. A dona de casa e o cerealista, por exemplo, compram menos, em virtude desta expectativa", diz Marcelo Eduardo Luders, analista da Correpar e membro da Câmara Setorial do Feijão no Mapa.

Variação - Na última semana, o preço teve um recuo de 7%, passando de R$ 220,00 para R$ 205,00 a saca, queda que já vinha se registrando há um mês, quando o produto foi comercializado a R$ 230,00. A reação do preço na última safra, que registrou aumento de 192% em relação a anterior, animou os produtores brasileiros e houve aumento de 41% da área plantada este ano, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab).

Insegurança - A volatilidade do mercado de feijão, assim como de outros produtos agrícolas, deixa produtores inseguros, segundo Luders. Este ano, o preço superou a expectativa, mas a preocupação é que seja mantido em patamares que garantam remuneração adequada ao produtor. "O feijão alcançou os R$ 230,00 a saca, mas naturalmente este preço cairá. Porém, os produtores precisam receber bons preços para compensar", afirma, lembrando que o valor não poderá ficar abaixo dos R$ 100,00 a saca.

Área - O analista afirma que a questão será tema de reunião na câmara setorial do Mapa no próximo dia 27. "É necessário encontrar mecanismos para impedir que o produtor fique à mercê dessa volatilidade", diz Luders. Para ele, os ganhos podem ser garantidos por meio de contratos ou bolsa de mercadorias. A área da segunda safra de feijão será de 208 mil hectares, 41% maior que a do ano passado e deverão ser colhidas 356 mil toneladas, um incremento de 80%, que terá como vantagem ainda a perspectiva de clima bom. Segundo Margorete Demarchi, do Deral, o produtor da segunda safra é mais tecnificado e tem "características de empresário".  (Folha de Londrina)

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