Mercado Agrícola - (07.10.2002)

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Bolsa de Chicago (07/10)

Centavos de dólar p/ bushel

Soja

Variação em pontos

Milho

Trigo

Nov/02

539,60

0,2

-

-

Dez/02

-

-

260,00

381,60

Mar/03

546,60

0,2

265,60

385,60

Mai/03

547,20

0,4

269,20

367,40

Jul/02

547,00

0,0

269,60

341,60

           Fonte: CBOT (1 bushel de trigo/soja: 27,216kg; 1 bushel de milho: 25,40kg)

         Elaboração: Getec

 

Câmbio (07/10)

 

Compra

Venda

Variação diária (%)

Dólar

3,7250

3,7350

3,17

Euro

3,6591

3,6704

3,54

Dólar X Euro

0,9824

0,9829

0,33

Risco País (07/10)

País

Último

Fechamento ant.

Variação diária (%)

Brasil

2.052

1.960

4,69

           Fonte: CMA

           Elaboração: Getec

 

Preço pago ao produtor no Paraná (07/10)

R$ p/ saca de 60 kg

Soja

Milho

Trigo (tipo1)

Algodão (@)

Noroeste

39,00

17,50

36,50

14,50

Oeste

39,00

17,70

36,50

15,70

Centro-Sul

40,00

18,00

38,00

-

           Fonte: Cooperativas do Paraná        

           Elaboração: Getec

Dólar

A postergação do resultado das eleições presidenciais para o segundo turno, além da proximidade do vencimento de dívidas do Banco Central de US$ 3,6 bilhões em títulos cambiais que vencem no dia 17 de outubro estimularam outra forte alta nas cotações do dólar comercial. Em suas intervenções diárias no mercado de câmbio, o Banco Central ofertou US$ 20 milhões em leilão de crédito à exportação para devolução em reais em 31 de março de 2003. O Banco Central, em sua pesquisa Focus feita junto a 100 diferentes instituições, mostrou que a mediana das expectativas para o dólar neste ano subiu de R$ 2,96 para R$ 3,08.

 

Fechamento dos contratos futuros do dólar na BM&F (07/10)

 

Mercadoria

Vcto

Preço de
Ajuste
Anterior

Preço de
Ajuste
Atual

Variação (%)

DOL – Dólar Comercial

NOV02

3,545

3,698

4,31

 

DEZ02

3,455

3,614

4,60

 

                                   Fonte: BM&F

 

Resumo da Semana

No começo da semana passada, o mercado foi pressionado por uma forte liquidação de posições por parte dos fundos, que estavam bastante comprados e aproveitaram o início da colheita para se desfazerem de alguns contratos. O relatório das exportações semanais foi considerado insatisfatório, principalmente para a soja e o trigo e não colaborou muito para que o mercado sustenta-se os bons preços. Os principais agentes do mercado aguardam com ansiedade o relatório mensal do USDA acerca do fornecimento/demanda, que será divulgado dia 11 deste mês. Também mexe com o mercado o fato de que os trabalhadores dos portos da costa oeste americana estão em greve. O trigo é o grande prejudicado por esta situação, pois cerca de 40% das exportações americanas de trigo saem pela Costa Oeste. No caso da soja os estoques de passagem de safra de soja divulgados pelo USDA na semana passada vieram um pouco acima do esperado pelo mercado, cerca de 5,7 milhões de toneladas, pressionando assim as cotações da oleaginosa. O cancelamento por parte da China de uma encomenda de 112 mil toneladas também colaborou para o movimento baixista em Chicago.

 

Soja

Após abrirem em baixa, os contratos futuros de soja se recuperaram durante o pregão, fechando estáveis.Os números do relatório semanal de inspeções de exportação, divulgado hoje pelo USDA, vieram abaixo do esperado pelo mercado. No período de 26 de setembro a 03 de outubro, o volume de soja embarcado nos portos norte-americanos foi de 247 mil toneladas, 60 mil toneladas a mais que o embarcado na semana anterior. No acumulado, porém, os embarques de soja no ano safra 2002/03 está 20,9% atrás do exportado no mesmo período do ano passado, em linha com as projeções do USDA de recuo de 20,2%. No Paraná, os preços da soja em grão continuam bem acima dos preços pagos no mesmo período do ano passado, cerca de R$ 26,47 contra os atuais R$ 40,00 (preços no balcão), ou seja, um aumento de 51%. Dois fatores são responsáveis por esta expressiva alta nos preços; a recuperação dos preços na Bolsa de Chicago, que no ano passado eram de US$ 9,96 por saca de 60 Kg e agora estão em cerca de US$ 12,00 por saca; e a valorização do dólar, que no ano passado era cotado a R$ 2,78 e agora está em cerca de R$ 3,70. É importante lembrar que o dólar mais caro aumenta diretamente o preço dos insumos, especialmente do fertilizante, cujo matéria-prima é importada, impactando diretamente nos custos de produção. A tônica do mercado é de que na atual situação, os preços estão demasiadamente elevados, já que o dólar encontra-se em patamares irreais, devendo retroceder até o final do ano e encontrar suporte na faixa dos R$ 3,00 a R$ 3,10. Os preços em Chicago também vem sido fortemente pressionados pela colheita da safra 02/03 americana, assim como pela expectativa de safra recorde na América do Sul no próximo ano, o que é visto pelo mercado como um fator que pode equilibrar a quebra da safra americana. Cresce o volume de notícias, ainda sem confirmação oficial, dando conta de que as avaliações preliminares efetuadas pelos próprios produtores estadunidenses estariam configurando produtividade média nos EUA superior à projeção contida no relatório de setembro do Departamento de Agricultura daquele país (USDA).

 

Milho

 Fechamento dos contratos futuros de milho na BM&F (07/10)

 

Mercadoria

Vcto

Preço de
Ajuste
Anterior

Preço de
Ajuste
Atual

Variação

CNI - Milho

NOV2

23,70

24,10

0,40

 

JAN3

22,75

22,90

0,15

 

MAR3

20,09

20,00

-0,09

 

MAI3

19,80

19,70

-0,10

 

JUL3

20,00

19,90

-0,10

Fonte: BM&F

 

O milho continua com bons preços no mercado interno, devido a escassez no lado da oferta. Muitos compradores já se encontram em situação apertada, já que as altas cotações do dólar favorecem a exportação do produto e encarecem as importações. Com relação aos vencimentos de safra nova, pode-se observar a excelente oportunidade de o produtor travar sua margem de lucro satisfatoriamente, pois o custo de produção de uma saca de milho está em torno de R$10,00/saca, e os vencimentos de março/03 e maio/03 foram cotados, em 3 de outubro, a R$20,15/saca e R$19,80/saca, respectivamente, referente à praça de Campinas.

 

Levantamento das perdas da geada

De acordo com o segundo levantamento do Deral das perdas no Paraná devido a geada, a safra de grãos de inverno foi reavaliada para 1,91 milhões de toneladas, frente a uma previsão inicial de 3,07 milhões de toneladas, uma quebra de 37,6%. No trigo, a quebra total, causada primeiro pela estiagem e depois pela geada, chegou a 38%, sendo assim a lavoura inicial de aproximadamente 2,45 milhões de toneladas diminuída para 1,53 milhões de toneladas. Os prejuízos com as perdas no trigo estão avaliados em R$ 571,00 milhões, totalizando, com as demais culturas, R$ 633,00 milhões.

 

Trigo
 O Ministério da Agricultura vetou a entrada no país de carregamentos de trigo provenientes da Ucrânia com o recibo de conhecimento de embarque (bill of landing) emitido a partir do último dia 3. De acordo com uma fonte ligada à indústria moageira, a proibição se deu a partir da constatação do fungo Tilletia controversa (TCK) em uma carga que se encontrava prestes a ser desembarcada na Bahia. Outro carregamento, vindo da mesma origem, estaria próximo de chegar ao porto de Santos. A Ucrânia é uma fonte alternativa encontrada por alguns moinhos brasileiros este ano, devido a quebra na safra brasileira e argentina, sendo que esta ainda tem suas exportações prejudicadas pelos altas taxas incidentes na exportação.

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