MEIO AMBIENTE I: Os guardiões da natureza

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Pequenos produtores da região de Londrina estão sendo convocados a adotar práticas de conservação de recursos naturais. E tudo começa por atender exigências legais de manutenção de reserva legal e das matas que margeiam o Ribeirão Três Bocas, que corta o município. A recuperação e manutenção do manancial podem ter resultados positivos graças ao projeto de Pagamento de Serviços Ambientais (PSA) que está sendo implantado pela ONG Meio Ambiente Equilibrado (MAE), e pode envolver 30 agricultores.

Premissa - Partindo da premissa de que quem recupera e protege deve ser remunerado e que aqueles que usam ou degradam devem pagar, o PSA faz parte de um rol de ações da Agência Nacional de Águas (ANA), em que produtores rurais alcançam status de 'produtores de água' e no qual todos - produtores e usuários - formam comitês paritários para a definição de ganhos, custos e utilização dos recursos financeiros gerados pelo programa.

Agricultores e consumidores - A oferta de água e das condições de sobrevivência do planeta dependem dos agricultores e consumidores. A opinião é de Marcelo Boratin, um dos produtores da região sul de Londrina que integra o projeto. ''Nós devemos fazer tudo o que está ao nosso alcance, mas a população que mora na cidade deve conhecer e saber o que ocorre na zona rural'', afirma. Ele sugere que escolas promovam visitas às propriedades para acompanhar o desenvolvimento do projeto. ''Assim, o agricultor vai se sentir até mesmo mais motivado a continuar'', argumenta.

Envolvimento - Boratin tem exata noção da importância do seu envolvimento no projeto. ''Tudo o que a gente faz tem reflexos para o mundo'', diz. Ele afirma que vai adotar todas as medidas previstas no projeto e aguarda a finalização dos levantamentos feitos pelos técnicos contratados pelo projeto. ''Tenho uma reserva no meio da propriedade e espaço para aumentar, mas sei que na margem do rio faltam árvores'', completa. Para ele, o PSA e serve como incentivo e pode ajudar nos gastos que terá para a implantação e manutenção das árvores.

Família - O trabalho nas propriedades, que somam 7,5 alqueires, une a família. Pais, irmãos e os filhos de Boratin se dedicam ao cultivo de milho, inhame e batata doce. Motivação semelhante tem o casal Ivone e José Grassi, que produz hortaliças numa propriedade situada na outra margem do Três Bocas. Os Grassi também prometem se empenhar para atender o projeto e aguaram para o mês de janeiro o início do plantio das mudas.

Mapeamento - José Grassi afirma que há alguns anos fez o plantio de 600 mudas, de acordo com um mapeamento feito por um engenheiro. Mas aguarda o novo levantamento do projeto para adequar a propriedade. ''A gente sabia da importância da mata ciliar e da reserva legal, mas não sabia como começar'', diz.

Assistência  e orientação - Ivone Grassi afirma que além das mudas, o projeto dará assistência e orientação sobre as formas de implantação da Área de Preservação Permanente (APP). ''A gente soube que a APP pode ser consorciada com frutíferas'', diz. Mas os produtores já estão cientes de que poderão usufruir de apenas 30% da produção das árvores. (Folha Rural / Folha de Londrina)

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