Meio ambiente - Cocamar transforma pneus inservíveis em energia

A Cocamar acrescentou, no mês passado, mais uma atividade ecológica: a queima de pneus inservíveis nas caldeiras do seu parque industrial em Maringá. O objetivo é consumir entre 750 e 950 toneladas de pneus nos primeiros meses e manter, quando a plena carga, em abril, a queima de um volume médio ao redor de 950 toneladas mensais, o correspondente a 150 mil unidades. De acordo com o engenheiro Claudomiro Sirotti, responsável pelo desenvolvimento de novos produtos na cooperativa, a queima de pneus usados apresenta quatro vezes mais poder de caloria que a madeira, por exemplo. O consumo desse produto, em forma de testes, foi autorizado pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná) pelo período de 12 meses.

Investimentos em filtros - Para fazer a queima, a Cocamar precisou investiu R$ 150 mil em melhorias nos filtros das caldeiras, evitando qualquer impacto ambiental. A cooperativa está autorizada a consumir mensalmente até 950 toneladas de pneus, o equivalente a 5% de todo o volume do combustível ora utilizado (bagaço de cana-de-açúcar), que é de 19 mil toneladas/mês. O alto poder de caloria do pneu promove uma economia de 3.800 toneladas/mês de bagaço ou madeira, permitindo uma economia de R$ 1 milhão por ano para a cooperativa, além de dar destino aos pneus inservíveis, considerados lixo de difícil destinação final. Os pneus serão fornecidos à cooperativa em fragmentos, prontos para o consumo. A Cocamar, acredita Sirotti, será a primeira indústria do País a fazer a queima consorciada, ou seja, juntamente com outras fontes de caloria.

Cocamar ecológica - A queima de pneus torna-se mais uma atividade do programa Cocamar Ecológica, desenvolvido desde meados de 2002, quando a cooperativa começou a incentivar o recolhimento e a reciclagem, em Maringá, de embalagens pet. O pet é recolhido por duas cooperativas de catadores de rua e também em campanhas realizadas junto a supermercados da cidade, onde os consumidores acumulam pontos que dão direito ao recebimento de brindes. Depois de prensado, o material passa por um processo de reciclagem, transformando-se em flakes e fibra de poliéster. Os primeiros são comprados por empresas da cidade para o revestimento de colchões e travesseiros, enquanto a fibra é adquirida pela Cocamar que a utiliza na fabricação de fios mistos. A cooperativa coloca no mercado, todos os meses, cerca de 100 toneladas de embalagens pet, e adquire 150 toneladas/mês de fibra de poliéster, ficando com crédito junto ao meio ambiente”.