LULA ENALTECE O COOPERATIVISMO DURANTE VISITA A COCAMAR

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O candidato a presidente da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva, passou toda a tarde de ontem (4) na Cocamar em Maringá, onde esteve em companhia do candidato a vice-presidente, o empresário mineiro José Alencar, e de um grande número de lideranças. Recebido pela diretoria da cooperativa, onde chegou por volta das 15h, Lula participou inicialmente de uma reunião em que o presidente Luiz Lourenço e o vice José Fernandes Jardim Júnior detalharam as atividades desenvolvidas pela Cocamar. O candidato ouviu, por exemplo, que a cooperativa protege os agricultores da ação exploratória dos grandes grupos multinacionais.

Estrutura fundiária - Lula gostou de saber que a estrutura fundiária regional está baseada em pequenas propriedades. ?A cooperativa é a única forma de sobrevivência para esses minifúndios?, afirmou o presidente Luiz Lourenço, citando a seda como exemplo. Essa atividade, cuja média é de 3,5 hectares de área por produtor, não teria futuro sem o respaldo oferecido pelo cooperativismo. ?A situação hoje é muito confortável para os agricultores desta região?, comentou Lourenço, lembrando que apenas 50% deles haviam comercializado até aquela data a safra de soja e a cooperativa de crédito rural Sicredi acusava depósitos oriundos do campo da ordem de R$ 60 milhões. Lula acredita que o Brasil é altamente competitivo na agricultura, necessitando de investimento na tecnologia para agregar valores aos produtos brasileiros, incentivando a agroindústria. ?O Brasil não pode ser apenas um exportador de produtos in natura?. O candidato está convencido que através do incentivo à cooperativa de produção, de trabalho e de crédito, será possível dar ?uma nova dimensão de esperança ao trabalhador ao agricultor e aos empresários brasileiros?.

Koslovski - Ouvindo muito e falando pouco, Lula quis saber mais sobre os investimentos industriais realizados pela Cocamar e se havia plano de exportação. Na oportunidade, o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, lembrou que não apenas a Cocamar, mas o cooperativismo estadual, exporta para vários continentes. Koslovski aproveitou para dizer que o País não sabe vender seus produtos no exterior e que a própria Ocepar está elaborando um material de propaganda para fornecer às embaixadas. Luiz Lourenço disse que um dos problemas dos agricultores é a dificuldade para ter acesso ao crédito oficial: ?O dinheiro só está disponível para quem não precisa?, acrescentando que as cooperativas não conseguem atuar em vários outros setores como carne, leite, arroz e feijão, devido à sonegação de impostos. ?Para quem recolhe tudo, como as cooperativas, fica impossível competir?, acrescentou.

Indústria - Depois da reunião, todos foram convidados a visitar alguns setores do parque industrial da Cocamar. Lula e os demais integrantes da comitiva petista percorreram a fiação de seda, a fiação de algodão, a fábrica de óleo e a unidade de envase de óleos vegetais. Por fim, o candidato foi levado ao salão social da Associação Cocamar, onde estava sendo aguardado por aproximadamente 500 produtores. Na oportunidade, discursaram o prefeito em exercício de Maringá, João Ivo Caleffi; o candidato ao governo do Estado, padre Roque Zimmermann; o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski; o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, o vice-presidente José Fernandes Jardim Júnior; o candidato a vice-presidente da República, José Alencar, além de Luiz Inácio Lula da Silva.

Impressionado - Lula frisou, em resumo, que veio a Maringá ?mais para ouvir do que para falar?, pois estava interessado em conhecer um bem sucedido modelo de cooperativismo. ?Seria muito bom se o Brasil estivesse repleto de cooperativas tão promissoras como esta?, comentou o candidato, lembrando que o Brasil não pode ser visto apenas como o país do futebol, do carnaval e da violência nos centros urbanos. Ele fez críticas ao governo federal, ?que, certamente, jamais interessou-se em aprender com uma cooperativa do interior? e lembrou que a economia brasileira já caiu do oitavo para o décimo lugar. Lula defendeu um projeto de reforma agrária sem violência e sem invasão de propriedades produtivas, destacando que o país conta ainda com mais de 90 milhões de hectares para serem incorporados ao processo produtivo. ?Vou embora muito impressionado com tudo o que vi por aqui?, completou o candidato, que deixou a Cocamar por volta das 19h. Entre as cooperativas que participaram da recepção ao candidato Lula na Cocamar estavam a Copagra (Nova Londrina), Coamo (Campo Mourão), Nova Produtiva (Astorga) e Cocari (Mandaguari).

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