LEITE II: Crédito, assitência e manejo são entraves à expansão da atividade

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Nos últimos anos, o Paraná vem apresentando um expressivo crescimento da produção leiteira. Entre 1997 e 2007, o incremento foi de 71%. Com 2,5 milhões de litros produzidos no ano passado, o estado é hoje o segundo maior produtor de leite do Brasil, com 10% da produção nacional, que somou 26,1 bilhões de litros em 2007, segundo o IBGE. "O diagnostico da cadeia produtiva do leite feito pelo Ipardes mostra com clareza o avanço da produtividade e a incorporação, pela seletividade, de um contingente cada vez maior de agricultores na atividade", afirma o secretário de Agricultura do estado, Valter Bianchini. Mas, na sua avaliação, o estado ainda pode crescer muito mais. Para isso, contudo, há um longo caminho a percorrer.

Gargalos - O estudo realizado pelo Ipardes mostra que há uma série de gargalos que dificultam a expansão da atividade leiteira no Paraná. Um dos entraves é a desinformação do pecuarista. Conforme o Instituto, metade dos produtores paranaenses de leite não tem acesso à assistência técnica, o que reduz a probabilidade de adoção de novas práticas tecnológicas, sobretudo nas pequenas e médias propriedades. O levantamento constatou que os produtores que tiveram acesso a esse serviço obtiveram melhores índices de produtividade. Na região Centro-Oriental, onde 63% dos produtores têm assistência técnica, a produtividade dobra em relação àqueles que não têm orientação.

Fator limitante - O pouco uso do crédito rural também é apontado como fator limitador, impedindo investimento na melhoria e especialização da atividade leiteira, particularmente entre os pequenos produtores. Dos quase 100 mil pecuaristas de leite do estado, apenas 11% utilizam o crédito rural oficial na atividade leiteira para custeio e 24% para investimento.

Manejo - O manejo reprodutivo, importante ferramenta para a otimização do retorno econômico da atividade, também é deficiente no estado. Conforme o Ipardes, o índice de adoção da inseminação artificial ainda é baixo no Paraná. 64% dos pequenos produtores adotam a monta natural não-controlada como forma de reprodução de seus rebanhos. A programação de partos é utilizada somente por 8,8% dos pecuaristas. (Caminhos do Campo/Gazeta do Povo)

Conteúdos Relacionados