IPEA: Inflação continua maior para as famílias de menor renda

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ipea 15 09 2021O Indicador de Inflação por Faixa de Renda apontou desaceleração da taxa de inflação para todas as faixas de renda no mês de agosto, com exceção das famílias de renda média-alta. O estudo foi divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta quarta-feira (15/09), e revelou que, enquanto a inflação das famílias de renda baixa e muito baixa apontou alta de 0,91%, a das famílias no estrato superior de renda apresentou variação mais amena (0,78%).

Alimentação - O grupo de alimentação foi o que mais contribuiu para a alta inflacionária das famílias dos três segmentos de renda mais baixa em agosto. Já para as três faixas de renda mais alta, o maior impacto veio do grupo de transportes. Para as famílias com menor renda, mesmo diante de uma deflação em itens importantes como arroz (-2,1%), feijão (-1,7%) e óleo de soja (-0,4%), os aumentos de preços das proteínas animais - especialmente do frango (4,5%) e dos ovos (1,6%) -, da batata (20%), do açúcar (4,6%) e do café (7,6%) explicam a pressão inflacionária que vem dos alimentos.

Transportes - A alta inflacionária do grupo de transportes deve-se principalmente aos reajustes de 2,8% da gasolina e de 4,7% do etanol, combinados com o aumento nos preços dos automóveis novos (1,8%) e dos serviços de aluguel de veículos (6,6%), mesmo com a queda de 10,7% das passagens aéreas. O grupo de habitação foi o terceiro que mais influenciou todas as faixas de renda, puxado pelos aumentos de 1,1% da energia elétrica, de 2,7% do gás encanado e de 2,4% do gás de botijão.

Diferencial - Apesar de a inflação em agosto de 2021 ter ficado acima da registrada no mesmo mês de 2020, para todas as classes pesquisadas, o diferencial entre as taxas foi bem maior para as famílias de renda mais alta. As reduções de 4,4% das mensalidades escolares e de 0,44% dos serviços de recreação, ocorridas em agosto de 2020, explicam o desempenho melhor da inflação do ano passado nessa faixa que concentra os maiores rendimentos. Já para as famílias de menor renda, a inflação mais amena em 2020 decorre não só das deflações de alguns subgrupos de alimentos - tubérculos (-4,5%), hortaliças (-4,8%) e ovos (-1,1%) - e dos itens de vestuário (-0,78%), mas também dos reajustes menos intensos da energia elétrica (0,27%) e do gás de botijão (0,52%).

Maiores taxas- As famílias de renda baixa e média-baixa são as que apresentam as maiores taxas de inflação (5,9%) no acumulado do ano. Os dados acumulados em doze meses mostram que, apesar da aceleração inflacionária generalizada, a taxa de inflação das famílias de renda muito baixa (10,63%) mantém-se em patamar acima da observada na faixa de renda alta (8,0%), pressionada pelas variações de 16,6% dos alimentos no domicílio, de 21,1% da energia elétrica, de 31,7% do gás de botijão e de 5,6% dos medicamentos.

Renda alta- Já para as famílias de renda mais alta, além dos reajustes de 41,3% dos combustíveis, de 30,2% das passagens aéreas e de 12,4% dos aparelhos eletroeletrônicos em doze meses, a recente recuperação dos preços dos serviços de recreação - cuja alta em doze meses passou de 0,07% em janeiro para 5,3% em agosto - explica grande parte dessa aceleração inflacionária. (Assessoria de Imprensa do Ipea)

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