Investimentos públicos e privados ampliam e diversificam matriz energética limpa do Paraná
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FOTO: José Fernando Ogura / Arquivo AENEnquanto o mundo debate soluções concretas contra as mudanças climáticas, o Paraná acumula resultados expressivos na transição para uma economia de baixo carbono, principalmente pelo empurrão da transformação energética. Com políticas públicas voltadas à geração de energia limpa no campo, nas cidades e na indústria, o Estado se consolida como uma das principais referências do País no uso de fontes renováveis.
A ampliação da matriz solar e de biogás, a expansão das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e a instalação do maior parque eólico da Região Sul reforçam o protagonismo paranaense em sustentabilidade e segurança energética. Mais do que discurso, a agenda tem se traduzido em investimentos e inovação tecnológica.
A geração de energia a partir de fontes limpas foi um dos temas centrais da COP30, que reuniu representantes de quase 200 países para discutir formas de acelerar a transição global e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), as fontes renováveis responderam por apenas 30% da eletricidade gerada no mundo em 2023 e a expectativa é de que ultrapassem 40% somente no final desta década.
Nesse contexto, o Paraná surge como exemplo de ação local com impacto global. O Estado (que já possui 98% da sua energia produzida a partir de fontes renováveis) constrói uma política energética que alia desenvolvimento econômico, inovação e preservação ambiental, adotando uma visão de longo prazo capaz de unir competitividade e sustentabilidade.
“Temos uma grande oportunidade de mostrar ao mundo que no Paraná existem boas políticas públicas de preservação, geração de energia renovável e, acima de tudo, de exemplo para os países de primeiro mundo”, disse o governador. “No Paraná, buscamos ser cada vez mais um Estado equilibrado, que concilia sustentabilidade, desenvolvimento econômico, social e cuidado com o meio ambiente”.
Energia no campo
Lançado em 2021, o programa RenovaPR é um dos principais marcos da política estadual de incentivo à energia limpa. Voltado à geração de energia solar e biogás no campo, o programa já mobilizou cerca de R$ 5,8 bilhões em investimentos e resultou na instalação de 38 mil novas usinas de geração distribuída em propriedades rurais. O volume equivale a mais de 1 gigawatt de potência instalada – energia suficiente para abastecer uma cidade de 2 milhões de habitantes.
O programa combina apoio técnico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e condições financeiras facilitadas por meio do Banco do Agricultor Paranaense, cujos juros são subsidiados pela Fomento Paraná. Com isso, milhares de produtores rurais passaram a gerar a própria energia e reduziram custos com eletricidade em até 95%.
Segundo o governador, enquanto o mundo está iniciando a sua transição energética, o RenovaPR é um exemplo de que o Paraná está um passo à frente neste assunto. “Já somos o maior produtor de energia do Brasil, sendo que 98% são de fontes renováveis. Nosso projeto, agora, é aproveitar esse enorme potencial do campo e usar os dejetos da produção suína, avícola e da pecuária leiteira para gerar energia sustentável”, afirma Ratinho Junior.
Os impactos positivos vão além da economia direta. O RenovaPR estimula o aproveitamento de resíduos da produção agropecuária, especialmente na cadeia de suínos e aves, para a geração de biogás e biometano. O uso dos dejetos evita a contaminação de cursos d’água e do solo e ainda garante uma nova fonte de renda, já que os produtores podem vender o excedente de energia ou o biogás purificado para outras finalidades, como o abastecimento de veículos.
O programa também contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa e melhora a eficiência energética no meio rural. A disseminação de painéis solares e biodigestores representa um salto tecnológico importante no campo, com reflexos diretos na competitividade da agroindústria paranaense.
“Os novos números do RenovaPR comprovam que o programa tem causado uma verdadeira transformação no campo, baixando o custo de produção para os agricultores, além de reforçar a vocação do Estado como produtor de energia limpa e renovável”, diz o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes.
Reconhecido como um dos maiores programas estaduais do País no setor, o RenovaPR segue em expansão com a abertura de novas linhas de crédito e capacitações técnicas voltadas a cooperativas e pequenos produtores. O objetivo é ampliar ainda mais a autossuficiência energética rural e consolidar o Estado como referência nacional na transição energética.
Além disso, o Governo do Estado, por meio da Secretaria do Planejamento e a Superintendência-Geral de Gestão Energética, criou um Plano de Biogás e Biometano do Paraná com propostas de ações para diversificar a matriz energética, integrar recursos renováveis e otimizar a gestão de resíduos. Entre os principais benefícios, destacam-se a redução das emissões de gases de efeito estufa, a valorização de resíduos e o fortalecimento da economia local. (Agência Estadual de Notícias)