INSUMOS: Fertilizante sobe até 71% em 12 meses

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Num mercado de commodities agrícolas aquecido, com grande demanda dos setores de alimentos e de biocombustíveis, os preços dos fertilizantes no Brasil tiveram alta significativa em 12 meses, com alguns produtos subindo 71,89 por cento, como é o caso dos superfosfatos simples, apontou um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado na última quinta-feira (31/01).

Mercado internacional - "Isso tem muito a ver com a demanda mundial, a agricultura mundial está muito aquecida... Os preços dos principais insumos para fertilizantes estão subindo sem parar no mercado internacional, e o Brasil importa a maior parte de seu consumo", disse o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, por telefone. Para se ter uma idéia do peso dos fertilizantes nos custos, no Paraná, maior produtor de grãos do Brasil, o adubo representa a maior parte dos gastos com insumos para a produção de milho, respondendo por uma parcela de 23 por cento.

Paraná - Na soja convencional, os adubos respondem por 13 por cento dos gastos no Paraná, pouco abaixo das despesas com agrotóxicos (16 por cento), segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado. De acordo com o Índice de Preços no Atacado (IPA), da FGV, os superfosfatos duplos e triplos subiram 63,02 por cento em 12 meses até janeiro; os adubos compostos se valorizaram 54,38 por cento; o fosfato monoamônico (MAP) teve alta de 41,09; seguido pela uréia (33,6 por cento).

Recorde de vendas - Considerando os tipos de adubos analisados, o grupo de produtos na categoria "fertilizante" registrou alta de 41,32 por cento. Essa valorização, segundo Quadros, é quase dez vezes mais do que a alta verificada pela FGV em 12 meses nos produtos industriais, que subiram 4,75 por cento. Apesar dos custos elevados, o Brasil registrou recorde de vendas de fertilizantes em 2007, com entregas de 24,55 milhões de toneladas, alta de 17 por cento ante 2006. "Tem uma safra recorde anunciada... Essas safras de grãos, soja, milho, precisam ter boa produtividade para aproveitar os preços atuais, e para ter boa produtividade tem que investir em insumos", explicou o especialista, referindo-se ao aumento nas vendas apesar dos preços altos.  (Reuters)

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