Indústria varia 0,1% em outubro com destaque para indústrias extrativas

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ibge 02 12 2025FOTO: Licia Rubinstein / Agência IBGE NotíciasO setor industrial variou 0,1% em outubro de 2025, na comparação com o mês anterior, após apontar perda de 0,4% em setembro. Com esses resultados, a produção industrial se encontra 2,4% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda 14,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

Na comparação com outubro de 2024, o total da indústria voltou a registrar queda na produção e recuou 0,5%.

No acumulado do ano, o setor industrial avançou 0,8%, e, nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 0,9%, permanecendo no campo positivo, mas assinalando perda de ritmo frente aos resultados dos meses anteriores. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nessa terça-feira (02/12) pelo IBGE.

Três das quatro grandes categorias econômicas e 12 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram expansão na produção em outubro de 2025 frente ao mês imediatamente anterior – na série com ajuste sazonal. A principal influência foi a de indústrias extrativas, que cresceu 3,6% em outubro. De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, “o avanço foi influenciado pela maior extração de petróleo, minério de ferro e gás natural. Vale destacar que o crescimento observado em outubro de 2025 eliminou a perda de 1,7% acumulada nos meses de agosto e setembro desse ano”.

Outros destaques positivos vieram dos setores de produtos alimentícios (0,9%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (2,0%), de produtos químicos (1,3%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,1%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (3,8%).

Por outro lado, entre as treze atividades que mostraram recuo na produção, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,9%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,8%) exerceram os principais impactos na média da indústria. “A primeira intensificou a queda de 0,5% verificada no mês anterior e foi pressionada por paralisações em unidades produtivas do setor que impactaram na produção dos derivados do petróleo. Já na indústria farmacêutica, que acumulou perda de 19,8% em dois meses consecutivos de recuo na produção, após avançar 28,6% no período maio-agosto de 2025, observa-se a menor fabricação de medicamentos”, explica o gerente da pesquisa. Outras influências negativas sobre o total da indústria vieram de impressão e reprodução de gravações (-28,6%) e de produtos do fumo (-19,5%).

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com setembro de 2025, bens de consumo duráveis, ao avançar 2,7%, assinalou a taxa positiva mais elevada em outubro e eliminou o recuo de 1,3% verificado no mês anterior. Os setores produtores de bens de capital (1,0%) e de bens de consumo semi e não duráveis (1,0%) também mostraram avanços nesse mês. O primeiro acumulou ganho de 1,4% em dois meses seguidos de avanço na produção; e o segundo voltou a crescer após registrar -0,1% no mês anterior, quando interrompeu dois meses consecutivos de taxas positivas, período em que acumulou expansão de 1,3%. Por outro lado, o segmento de bens intermediários (-0,8%) mostrou o único resultado negativo em outubro de 2025 e intensificou a perda de 0,4% verificada em setembro.

Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou recuo de 0,5% em outubro de 2025, com resultados negativos em 3 das 4 grandes categorias econômicas, 15 dos 25 ramos, 53 dos 80 grupos e 53,0% dos 789 produtos pesquisados. Entre as atividades, as principais influências negativas no total da indústria foram assinaladas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-10,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-8,4%). Outros destaques negativos foram registrados pelos setores de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,3%), de produtos de metal (-5,9%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), de impressão e reprodução de gravações (-18,7%), de produtos de madeira (-10,7%), de produtos químicos (-1,0%) e de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-4,3%).

Por outro lado, ainda na comparação com outubro de 2024, entre as dez atividades que apontaram expansão na produção, as de indústrias extrativas (10,1%) e de produtos alimentícios (5,3%) exerceram as maiores influências na formação da média da indústria. Outros impactos positivos importantes foram assinalados pelos ramos de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (10,1%), de outros equipamentos de transporte (8,3%), de máquinas e equipamentos (2,7%) e de produtos têxteis (5,9%). 

Mais sobre a pesquisa

A PIM Brasil produz indicadores de curto prazo desde a década de 1970 relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. A partir de março de 2023, teve início a divulgação da nova série de índices mensais da produção industrial, após reformulação para atualizar a amostra de atividades, produtos e informantes; elaborar uma nova estrutura de ponderação dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes; atualização do ano base de referência da pesquisa; e a incorporação de novas unidades da federação na divulgação dos resultados regionais da pesquisa. Essas alterações metodológicas são necessárias e buscam incorporar as mudanças econômicas da sociedade.

Os resultados podem ser consultados no Sidra . A próxima divulgação da PIM Brasil, referente a novembro de 2025, será em 8 de janeiro. (Agência IBGE de Notícias)

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