Indústria láctea saboreia resultado

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Depois de atingir seu primeiro superávit comercial em 2004, o setor lácteo mantém expectativas positivas para este ano. Especialistas dizem que, se as exportações não aumentarem, ao menos continuarão no mesmo patamar do ano passado, quando foram exportados US$ 95,3 milhões, contra importações de US$ 83,9 milhões. Em 2003, foram vendidos ao exterior US$ 50 milhões. Segundo o sócio da Agripoint e coordenador do site Milkpoint, Marcelo Pereira de Carvalho, o saldo da balança ainda é apertado e o crescimento da economia brasileira esperado para este ano pode aumentar a demanda interna. Além disso, a desvalorização do dólar frente ao real também pode atrapalhar este processo. Para expandir novamente os embarques no mesmo patamar de 80%, será necessário um aumento da produção e a volta da moeda americana para o patamar de R$ 2,9.

Consumo interno - Com o crescimento econômico esperado para este ano, o consumo interno também deve crescer. Para continuar com o mesmo crescimento nas exportações registrados em 2004, a produção terá que avançar no mesmo patamar ou mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) - explica Marcelo Carvalho. Em 2004, foram exportados cerca de 3% da produção. Outro fator que contribui para o otimismo do setor é que a queda no valor médio pago ao produtor por litro na safra 2003-2004 foi menor do que na de 2004-2005. Enquanto no ano anterior a redução foi de R$ 0,07, neste exercício foi de R$ 0,034, uma diferença de 6%. No ano passado, o preço do leite ficou em R$ 0,529 por litro, 2% superior ao de 2003. A produção de leite cresceu aproximadamente 4% em 2004, dentro da média dos últimos três anos. A estimativa da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil) é de que tenham sido produzidos 23,5 bilhões de litros de leite. Contudo, o aumento das exportações e a recuperação econômica impediram a queda do valor médio do litro.

Vendas externas - De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as vendas externas em 2004 superaram em US$ 35 milhões as expectativas iniciais da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Apesar de pequeno, o saldo positivo tem importante significado para o setor, já que, em 1995, o Brasil era o segundo maior importador de leite do mundo, atrás apenas do México. Entre 1998, ano que a importação de leite atingiu o auge (R$ 445 milhões), e 2004, as compras caíram 81%. No mesmo intervalo, as exportações passaram de US$ 8,1 milhões para US$ 95,3 milhões. Segundo Marcelo Carvalho, da Agripoint, o País tem capacidade para tornar-se, em dez anos, um dos cinco maiores exportadores de leite do mundo. Isso o colocaria entre players como Nova Zelândia, Austrália e União Européia, que, juntos, detêm quase 80% do mercado mundial de lácteos. (Jornal do Commercio)

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