Com o objetivo de elevar sua produção de farelo e óleo de soja, a paranaense Imcopa assinou um acordo com a Cooperativa Agrícola Mista Entre Rios (Agrária). Pelo contrato, fechado no fim do ano passado, a cooperativa deve passar a processar 320 mil toneladas de soja por ano para a Imcopa, que fica responsável pela originação do grão e pela venda dos derivados. Esse volume representa 80% da capacidade da fábrica da Agrária, que está localizada na cidade de Guarapuava, no Centro-Oeste do Paraná. Com o negócio, a capacidade de esmagamento da Imcopa cresceu para 1,2 milhão de toneladas por ano. "Para atender à demanda dos clientes, era necessário aumentar a produção, já que nós estávamos trabalhando com capacidade máxima", diz Enrique Traver, diretor geral da Imcopa. A empresa, que possui uma unidade em Aracuária com capacidade para 600 mil toneladas por ano, fechou no início de 2002 um acordo semelhante com a Granosul, que esmaga soja em Cambé. A Imcopa tem certificação de soja livre de organismos geneticamente modificados e exporta 100% do farelo à Europa.
Agrária - De acordo com Adam Stemmer, superintendente geral da Agrária, a cooperativa decidiu se afastar do esmagamento de soja para se dedicar a fabricação de malte e farinha de trigo. Por meio da subsidiária Agromalte, a empresa produz 12% do malte consumido no país, segundo ele. "Optamos por setores de maior rentabilidade", explica Stemmer. A decisão foi tomada após a crise financeira enfrentada pela Agrária em 1999, que resultou no refinanciamento de uma dívida de R$ 200 milhões com bancos e R$ 110 milhões com os cerca de 500 cooperados. De 1999 a 2002, a Agrária esmagou soja para a Cooperativa Agropecuária Mourãoense (Coamo). Segundo Roberto Petrauskas, superintendente de comercialização da Coamo, a logística fez a cooperativa desistir do negócio. A Coamo arrenda atualmente a unidade da Braswey, localizada em Maringá, no norte do Paraná, de onde o farelo é transportado por ferrovia ao porto de Paranaguá. (Valor Econômico)